terça-feira, 16 de agosto de 2011

Padrão Tático X Genialidade do Craque

Abel Braga até o momento não conseguiu apresentar um padrão tático ao time. Por mais limitado que seja o elenco em alguns setores, isso não significa uma desculpa para a desorganização que o time demonstra em campo. Desorganização essa que faz com que os jogadores fiquem muitas vezes perdidos em diversos momentos dos jogos.

Já tivemos exemplos de elencos bem mais limitados que o do Fluminense que renderam bem no futebol brasileiro justamente compensando a limitação dos valores individuais com a aplicação tática em campo e a força de vontade. Mas para existir essa aplicação tática é preciso que exista um trabalho nos treinos nesse sentido. Um bom técnico sabe tirar o melhor do seu jogador dentro de um esquema tático, seja ele um craque ou um jogador normal.

Infelizmente até agora não vemos esse esquema tático. O que vemos é uma certa desorganização que atrapalha o time, inclusive com erros de fundamentos. O time não consegue jogar de forma a envolver o adversário, e nem sequer as famosas jogadas ensaiadas de bola parada que foram muito utilizadas no Brasileiro em 2010, nós conseguimos ver mais.

Lembrando que apesar de termos a cultura de depender do craque (um cultura do futebol brasileiro), não podemos deixar de lado a aplicação tática em campo e ficar dependendo só de picos de genialidade esporádicos para decidir partidas a nosso favor. A realidade hoje não permite mais esse romantismo de depender só do craque, isso não rende títulos, ano passado na conquista do Brasileiro tivemos exemplos disso em vários jogos quando jogamos desfalcados.

domingo, 22 de agosto de 2010

A Nova Máquina????

A nação tricolor está animada e não é para menos. Com nosso belíssimo elenco com Deco, Belletti e a volta do Coração Valente sob o comando do tri-campeão brasileiro Muricy Ramalho passamos a ser absurdamente favoritos ao título. Tão favoritos que somos líderes 4 pontos na frente do 2º colocado.

Vão falar que existem elencos tão bons quanto o do Flu. O Santos pode ter os garotos da Vila que ganharam o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, mas apesar disso considero nosso elenco mais forte em termos de recursos que o Santos que basicamente dependem de Ganso e Neymar. O Inter, campeão da Libertadores, que me desculpe, mas também não vejo esse elenco todo lá não. E nem Santos, nem Inter, contam com Muricy Ramalho.

Apesar desse elenco sublime do Flu, Muricy mantém o grupo com os pés no chão, evita o salto alto. E o melhor, a cada jogo que passa o time joga melhor, as peças vão se acertando e ganhando volume em campo.




Deco ainda não estreiou, mas contra o Vasco nesse domingo, se não começar jogando, estará no banco e as chances de vermos em campo A MAIOR CONTRATAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO EM 2010 são grandes. Deco é diferenciado, um jogador brasileiro que fez sucesso na Europa, com um toque de bola refinado, experiência e que com certeza vai ser um tremendo acréscimo ao Flu.

Aniversário do Vasco: nada melhor que darmos muitos gols de presente e uma exibição de gala no Marcanã para marcar a data, concordam?

sábado, 24 de julho de 2010

Honrando 108 anos em um único dia


Depois de mais de dois anos, retomo o projeto do Blog que estava congelado no tempo. Nestes dois anos, o verdadeiro Tricolor viveu fortes emoções com as conquistas de um Vice da Libertadores e um Vice da Sulamericana, mas creio que a maior emoção é sempre a que está mais viva na memória, e nessa semana, o Fluminense honrou 108 anos de história em um único dia.

Muito se pode dizer sobre o Fluminense e de sua história, recheada de momentos únicos de todos os tipos, nesses momentos o torcedor tricolor viveu, respirou e transpirou uma diversidade de sentimentos que reflete bem toda a paixão por essa nobre arte de jogar bola com os pés que um ser humano pode ter.

Poderia aqui falar de figuras ilustres que permeiam a história do Flu, mas essa semana o Fluminense honrou 108 anos de tradição, história, pioneirismo e liderança no futebol brasileiro em um único dia, e em um único ato: negar a ida de Muricy para a seleção brasileira.

Muricy Ramalho não é só um técnico, ele é O Técnico da atualidade. Além disso em cima de sua pessoa existe todo um projeto para o futebol tricolor. O futebol tricolor hoje goza da credibilidade de ter o melhor técnico do Brasil, e quem diz isso não sou eu, são os últimos 10 anos da história do futebol brasileiro.

Ao negar a ida de Muricy para a seleção e dar um sonoro "não" para o monárquico presidente da CBF, o Fluminense simplesmente mostrou sua força. A seleção brasileira é importante? Depende do ponto de vista. Se for pela paixão irracional do brasileiro pelo futebol pode até ser, mas se for pelos anos de política e soberba da CBF em atrelar nosso futebol aos interesses próprios, diria eu que a seleção brasileira faz tempo deixou de ser o que se espera que ela realmente seja.

E convenhamos, qualquer tricolor dirá sem sombras de dúvida, que antes da seleção brasileira, vem o Fluminense e cabe ao Fluminense o melhor sempre. Deixemos para a CBF a 2ª opção, boa sorte Mano Menezes.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Ídolos da História Tricolor: Didi


Waldir Pereira, mais conhecido como Didi, nasceu em Campos dos Goytacazes no dia 8 de outubro de 1928 foi bicampeão mundial pela Seleção Brasileira de Futebol nas Copas de 1958 e 1962.

Em 1943, Didi começou sua história no futebol, jogando no infantil do São Cristóvão. Ainda nas categorias de base, também passou por Industrial, Rio Branco, Goytacaz e Americano. Apesar do sucesso, Didi teve um drama quando era criança. Aos 14 anos, teve uma infecção no joelho por causa de uma contusão sofrida em uma pelada. Chegou a ficar em cadeira de rodas. A perna quase foi amputada. Mas o destino fez a sua parte e não permitiu a perda do garoto, que no futuro, se tornaria um dos maiores nomes do futebol brasileiro de todos os tempos.

"O Principe Etíope" era seu apelido, dado por Nelson Rodrigues. Com classe e categoria, foi um dos maiores médios volantes de todos os tempos, e ainda foi um dos líderes do clube Botafogo de Futebol e Regatas, além de possuir o mérito de ter criado a "folha seca". Esta técnica consistia numa forma de se bater na bola numa cobrança de falta, com o lado externo do pé, hoje vulgarmente chamada "trivela". Ela tem esse nome pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo. O lance foi inventado por Didi em 1956, na partida contra o América. Ele estava com uma contusão que não permitia dar os chutes de longa distância da forma normal. Por isso, ele achou um jeito para a dor desaparecer: acertar o meio da bola, que fazia uma curva assustadora. A "folha seca" ficou famosa quando Didi marcou um gol de falta nesse estilo contra a Seleção do Peru, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.



Na Copa do Mundo de 1970 seria o técnico da Seleção do Peru (classificando o país para a sua primeira Copa desde a de 1930) na derrota para a Seleção Brasileira por 4 a 2 .

No Fluminense, seu clube do coração, Didi jogou entre 1949 e 1956, tendo realizado 298 partidas e feito 91 gols, sendo um dos grandes responsáveis pela conquista do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio 1952 e feito o primeiro gol da história do Maracanã pela Seleção Carioca em 1950. Didi deixou o Fluminense devido a ser vítima de preconceito, era sempre obrigado a entrar pela porta dos fundos das Laranjeiras.



Enquanto foi campeão mundial, sempre atuou pelo Botafogo de Futebol e Regatas. No alvinegro, era o maestro de um dos mais fortes times da História do futebol. Jogou ao lado de Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo. O Botafogo foi o clube pelo qual Didi mais jogou futebol: fez 313 jogos e marcando 114 gols. Foi campeão carioca pelo clube em 1957, 1961 e 1962 e também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1962, mesmo ano em que venceu o Pentagonal do México. Passou por um momento curioso em 1957, depois de ganhar o Campeonato Carioca. Teve que cumprir uma promessa de atravessar a pé a cidade do Rio de Janeiro por causa do título.

Chegou a jogar no famoso time do Real Madrid, ao lado do craque argentino Di Stéfano e do húngaro Puskas, mas teria sofrido um boicote na equipe.

Didi também vestiu a camisa do São Paulo Futebol Clube em duas oportunidades, em 1964 e 1966. Já pensava em se retirar dos campos de futebol, não conseguindo êxito como nos clubes anteriores em conquista de títulos. A equipe paulista naquela época, não tinha grandes jogadores e estavam empenhados em terminarem a construção do seu principal patrimônio, o Estádio do Morumbi.

No começo de 1981, Didi chegou a ser o técnico do Botafogo, mas foi substituído do cargo durante o ano, tendo sido ele um dos técnicos do Fluminense, na fase que o time tricolor era conhecido como a "Máquina Tricolor", pela qualidade excepcional de seus jogadores.



Dirigiu os seguintes clubes Sporting Cristal e Alianza Lima (Peru), Vera Cruz (México), River Plate (Argentina), Fernerbache (Turquia) AL - Ahli (Arábia Saudita), Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Bangu (Brasil). Abandonou o futebol em 1987, depois de uma operação na coluna.

No início de 2000, foi homenageado com uma placa no Maracanã (por ter feito o gol inaugural), na cerimônia de inauguração da primeira etapa da reforma do estádio. Ainda neste ano, no dia 24 de janeiro, ao lado de George Best, Van Basten e Zico, entrou para o International Football Hall of Champions, o Hall da Fama da FIFA, onde já estão jogadores como Pelé, Beckenbauer e Cruyff.

Didi, morreu aos 71 anos, no Hospital Público Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, dia 12 de maio de 2001, dois dias após sofrer cirurgias para retirada de parte do intestino e da vesícula.

Frases de (e sobre) Didi

"Eu sempre tive muito carinho por ela. Porque se não a tratarmos com carinho, ela não obedece. Quando ela vinha, eu a dominava, ela obedecia. Às vezes ela ia por ali, e eu dizia: 'Vem cá, filhinha', e a trazia. Eu pegava de calo, de joanete, e ela estava ali, obediente. Eu a tratava com tanto carinho como trato minha mulher. Tinha por ela um carinho tremendo. Porque ela é fogo. Se você a maltratar, quebra a perna. É por isso que eu digo: 'Rapazes, vamos, respeitem. Esta é uma menina que tem que ser tratada com muito amor...' Conforme o lugarzinho em que a tocarmos, ela toma um destino". (Waldir Pereira, o Didi, sobre o trato com a bola)

"Quando eu jogava futebol, se pudesse, tinha sempre que pôr uma bolinha embaixo da cama. Quando eu acordava, tocava nela, e sentia, tinha sensibilidade, dava o toque inicial nela, dizendo: 'ela está aí'". (Waldir Pereira, o Didi, sobre a bola)

"Eu não precisava correr. Quem precisava correr era a bola. Eu dava um passe de 40 metros, para que que eu vou correr quase 35 metros para poder dar um passe de 5, se eu posso dar um passe de 40". (Waldir Pereira, o Didi, sobre a sua facilidade em fazer lançamentos)

"Eu tive uma satisfação íntima quando fiz o primeiro gol do Maracanã, em 1950. Eu passei duas noites sem dormir e sempre procurava passar perto do Maracanã. Pensava: 'Puxa, eu inaugurei esse negócio, isso aí vai ter uma placa'. Só o dia que destruírem esse estádio que vão esquecer do Didi, que fez o primeiro gol". (Waldir Pereira, o Didi, sobre ter feito o primeiro gol do Maracanã)

"Eu gostaria que a máquina do tempo recuasse um pouquinho e desse a oportunidade para vocês que não me viram e não tiveram a felicidade de ver um Nílton Santos, um Garrincha, um Pelé, um Didi, um Zizinho... Queria que a máquina do tempo recuasse um pouquinho e fizesse um jogo entre 1958 e 1970... e seria o espetáculo da terra. Meio tempo Pelé no time de 58, e meio tempo Pelé no time de 70. Seria uma coisa fantástica". (Waldir Pereira, o Didi, sobre os grandes jogadores de sua época)

"Não se podia desejar mais de um homem, ou por outra: não se podia desejar mais de um brasileiro. Ninguém que jogasse com mais gana, mais garra, e, sobretudo, com mais seriedade. Nem sempre marcava gols. Mas estava, fatalmente, por trás dos tentos alheios. Era ele quem amaciava o caminho, quem desmontava a defesa inimiga com seus lançamentos em profundidade. Com uma simples ginga de corpo, liquidava o marcador. E nas horas em que os companheiros pareciam aflitos, ele, com sua calma lúcida, o seu clarividente métier, prendia a bola e tratava de evitar um caos possível". (Nelson Rodrigues, jornalista, escritor e dramaturgo, após a vitória do Brasil contra a Suécia na Final da Copa do Mundo de 1958)

"Com suas gingas maravilhosas, ele, em pleno jogo, dava a sensação de que lhe pendia do peito não a camisa normal, mas um manto de cetim azul, com barra de arminho". (Nelson Rodrigues, jornalista, escritor e dramaturgo, após a vitória do Brasil contra a Suécia na Final da Copa do Mundo de 1958)

"Com sua voz bonita, parecida com a do locutor Luiz Jatobá e levemente pachola, ele caprichava na escolha das palavras. Não chamava a bola de bola, mas de "menina". Orgulhava-se de nunca ter pisado nela com as travas da chuteira - era como se jogasse de polainas. Quando entrava em campo, observava como este ou aquele adversário suspirava de admiração e o namorava com os olhos. Didi decidia: "Esse é meu fã. É para cima dele que eu vou". Reinava no gramado com seu porte alto, ereto, os olhos à altura da linha do horizonte. Nunca punha a cabeça na bola - a cabeça fora feita para pensar, não para dar marradas. E, embora fosse um mestre do drible, só driblava em último recurso. Seu forte eram os passes de quarenta metros, de curva, que pareciam ir em direção à cabeça do adversário e se desviavam, caindo de colher para o companheiro". (Ruy Castro, jornalista e escritor)

"Didi dá vida à bola. Faz ela falar." (Companheiros de Didi na Copa do Mundo de 1958)

"Didi, do chute oblíquo e dissimulado como o olhar de Capitu." (Armando Nogueira, jornalista e escritor)

"Se eu e Nílton estivéssemos no Mundial da Inglaterra, não haveria aquele fiasco. Aquela gente ia ver quem tinha gasolina no tanque." (Didi, ex-meia da Seleção Brasileira, sobre Nílton Santos e a Copa de 66)

"O estilo era cadenciado, lento. Bola de pé em pé para não gastar energia. Afinal, se somadas, nossas idades passariam de mil anos!" (Didi, sobre o estilo de jogo brasileiro na Copa do Chile, em 62)

"Foi uma honra jogar com eles. Eram todos craques." (Gérson, ex-craque da Seleção Brasileira, prestando sua homenagem a Didi, Nílton Santos, Garrincha e outros, com quem atuou no Botafogo)

"Herdei do Mestre Ziza o bastão de organizador de jogadas do futebol brasileiro" (Didi, o maior meia da história do futebol brasileiro)


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Raça de um "hermano" tricolor.


O meio campo do Fluminense hoje em dia tem um toque a mais de criatividade e visão de jogo, além de muita raça, de Darío Conca. Conca chegou ao Fluminense este ano, mas sempre foi um sonho antigo de Celso Barros, Presidente da Unimed, que se encantou com o futebol que o Argentino mostrou anos atrás quando jogava pela Universidad Católica do Chile.

Conca vem demonstrando vestindo a camisa tricolor a mesma categoria que demonstrou nos seus clubes anteriores, e de reserva no início da temporada, já ganhou o status de titular absoluto no meio campo fazendo uma afinada dupla com Thiago Neves.

Conhecido pelo seu jeito brincalhão entre os companheiros de elenco, mas também pela sua extrema timidez que o faz praticamente fugir das entrevistas, Conca vem conquistando o torcedor tricolor com poucas palavras, mas muito futebol.



A história de Darío Leonardo Conca que nasceu em General Pacheco, uma provínica de Buenos Aires, no dia 11 de maio de 1983 e iniciou sua carreira no futebol nas divisões de base do Club Atlético Tigre da Argentina, estreando na segunda divisão do Campeonato Argentino com apenas 15 anos. Naquele mesmo ano assinou seu primeiro contrato pelo River Plate. Ficou no clube até a chegada do treinador Leonardo Astrada que o dispensou.

Darío voltou então para o Tigre, mas não ficou por muito tempo, sendo logo contratado pela Universidad Católica do Chile. Após dois anos no Chile, ele regressou ao seu país natal para jogar pelo Rosario Central por um ano. No ano de 2007 mudou novamente de país, agora Brasil, sendo contratado pelo Vasco da Gama.




No Vasco da Gama, Conca começou o ano bem sob o comando de Renato Gaúcho, porém, após a troca de treinador, o jogador deixou de ser a primeira opção. Com o novo treinador, Celso Roth, Conca começou o Campeonato Brasileiro entre os reservas e só teve a oportunidade de voltar à titularidade quando Morais, o titular, foi afastado por lesão. Após regressar à equipe titular Conca passou a ser um dos destaques e o principal armador das jogadas.

O contrato com o jogador vencia dia 6 de Janeiro de 2008 e negociações foram iniciadas para a renovação, porém o River Plate, dono dos direitos federativos, anunciou que pretendia apenas negociar o jogador em definitivo. Entretanto o Vasco da Gama não era o único interessado no jogador e, apesar o seu empresário afirmar que o jogador não defenderia nenhuma clube brasileiro na próxima temporada, o Fluminense apresentou um contrato firmado com o jogador.



Pelo Fluminense em 18 jogos, Conca marcou 2 gols.

Títulos conquistados:

Pelo Universidad Católica - Campeonato Chileno: 2005 (Clausura)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ídolos da História Tricolor: Marco Antônio


Marco Antônio Feliciano, nasceu no dia 6 de fevereiro de 1951 em Santos. Ele jogou de lateral-esquerdo pelo Fluminense e pela seleção brasileira. Foi Campeão do Mundo em 1970. Jogou 52 partidas (12 não-oficiais) com a seleção brasileira.

Pelo Tricolor, Marco Antônio conquistou 4 Campeonatos Cariocas, 2 Taças Guanabara e foi Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Vestindo a camisa do Fluminense ainda recebeu o “Bola de Prata do Brasil” em 1975 e 1976.

Miséria e solidão: estas duas palavras definem bem o fim de um dos melhores laterais esquerdo do futebol brasileiro. Desgraça e tragédia: este destino ameaça mais um desses homens que um dia dormiram ídolos e acordaram esquecidos. Esta é a história de um personagem de mil caras. Na bola, agressivo. No jogo de cartas, sua grande paixão, calculista, sempre a espera do blefe. No jogo da vida, um eterno vencedor, pelo menos nisso, ele acreditava, por isso apostou tudo de uma só vez. Estamos falando de Marco Antônio Feliciano, lateral esquerdo campeão do mundo em 1970 e que defendeu os grandes clubes do Rio de Janeiro. Ele carrega sobre os ombros sérias e severas acusações. Jamais dormiu antes das cinco da manhã, Rei do samba e das boates de strip-tease, fumante inveterado, bebedor de uísque e cuba libre, mau negociante, recordistas de atraso em treinos, dono da maior coleção de óculos escuro do Rio de Janeiro, seu disfarce oficial depois das noites passadas em claro. Enfim, um anti-atleta salvo pela técnica.

Fama não lhe faltava e ele aceitava como verdadeiras muitas das acusações. Era fácil demais notar naquele rosto de olheiras, naquelas mãos sempre com um cigarro fumegando, naqueles carros do ano, que algo não ia bem. Em campo, ajudado pelo biótipo, Marco Antônio dava conta do recado. Fora, dava conta de si mesmo. Seu roteiro era por demais conhecido: uma passadinha pelo Pavão Azul, velho boteco da Rua Hilário de Gouveia, em Copacabana. Depois uma romaria pelas boates de strip-tease do Leme. Mulheres jamais lhe faltaram, os amigos aumentavam dia a dia e a noite era curta para tantos embalos.

E como treinar ? Como chegar cedo e bem disposto no clube ? Aquela hora, os amigos dormiam. E com dinheiro no bolso, a conta era sempre de Marco Antônio. Mas havia outro amigo “pedra noventa”, desses que não falham: Cafuringa, ponta direita que na sua época desfilava pelas ruas do Rio de Mercedes e, quando largou o futebol, passou a andar de ônibus. Muitas vezes, o supervisor do Fluminense, pegava Marcos Antônio nas mesas do Carioca, uma casa de jogo. Ele era a própria imagem do vicio. O lateral foi ruim para ele mesmo. Levou uma vida desregrada e no fim de carreira, sem dinheiro, sem amigos e até, sem a própria vontade de viver. Marco Antônio foi um craque que acabou como muitos outros grandes craques: esquecido, pobre, angustiado e solitário. Dos jogos de cartas, dos negócios malfeitos, das farras nas boates, sobrou um homem só e falido.

Títulos:

Campeão do Mundo com a Seleção Brasileira em 1970.
Campeonato Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975 com o Fluminense, e 1977 com o Vasco da Gama
Taça Guanabara em 1969 e 1971 com o Fluminense
Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1970 pelo Fluminense

Ídolos da História Tricolor: Waldo Machado


Waldo Machado da Silva nasceu em Niterói no dia 9 de setembro de 1934. Com seus 1,78m de altura e 72 Kg veio a ser o maior artilheiro da história do Fluminense com 314 gols em 403 jogos. Tornou-se sinônimo de gol para a torcida tricolor. Fazia gols de canela, com chutões desprovidos de dribles ou firulas. Sua genialidade residia justamente na capacidade de não perdê-los. Sua média no clube foi quase de um gol por partida.

Waldo começou a sua carreira no Madureira onde marcou 22 gols, transferindo-se para o Fluminense em 1954, tendo permanecido no Tricolor das Laranjeiras até 1961.

No Fluminense, Waldo conquistou o Campeonato Carioca de 1959, foi campeão da Zona Sul da Taça Brasil em 1960 e conquistou dois títulos do Torneio Rio-São Paulo em 1957 e 1960. No Fluminense Waldo foi artilheiro do Campeonato Carioca em 1956 e do Torneio Rio-São Paulo em 1957 e 1960 .

Em 1962, Waldo transferiu-se para o Valencia CF, sendo até 2006, o segundo maior artilheiro da história deste clube espanhol, com 160 gols em 296 partidas oficiais, atrás somente do jogador Mundo. Na temporada 1966/1967 foi o artilheiro da Liga Espanhola e até 2006 era o brasileiro com maior número de gols na Liga Espanhola, só então sendo superado por Ronaldo. Após terminar a sua carreira como jogador, Waldo radicou-se em Valência.

Antes de emigrar para a Espanha, Waldo fez ainda dois gols em cinco jogos pela Seleção Brasileira(tendo sido campeão da Taça Atlântico em 1960) e 6 pela Seleção Carioca, somando pelo menos 504 gols (faltam nesta conta eventuais gols que teria feito em jogos não oficiais pelo Valência e gols que tenha feito pelo Hércules, da cidade de Alicante) em sua incrível carreira no Brasil e no exterior.

Waldo hoje em dia mora na linda cidade de Valência, na Espanha.

Títulos:
Bicampeão do Torneio Rio - São Paulo pelo Fluminense: 1957, 1960
Campeão Carioca pelo Fluminense: 1959
Campeão da Copa Atlântica pela Seleção Brasileira: 1960
Bicampeão da Copa UEFA pelo Valencia: 1962, 1963
Copa da Espanha pelo Hércules: 1967

Títulos pessoais:
Melhor artilheiro do campeonato carioca: 1956
Melhor artilheiro do campeonato espanhol: 1964, 1967