segunda-feira, 28 de abril de 2008

Ídolos da História Tricolor: Didi


Waldir Pereira, mais conhecido como Didi, nasceu em Campos dos Goytacazes no dia 8 de outubro de 1928 foi bicampeão mundial pela Seleção Brasileira de Futebol nas Copas de 1958 e 1962.

Em 1943, Didi começou sua história no futebol, jogando no infantil do São Cristóvão. Ainda nas categorias de base, também passou por Industrial, Rio Branco, Goytacaz e Americano. Apesar do sucesso, Didi teve um drama quando era criança. Aos 14 anos, teve uma infecção no joelho por causa de uma contusão sofrida em uma pelada. Chegou a ficar em cadeira de rodas. A perna quase foi amputada. Mas o destino fez a sua parte e não permitiu a perda do garoto, que no futuro, se tornaria um dos maiores nomes do futebol brasileiro de todos os tempos.

"O Principe Etíope" era seu apelido, dado por Nelson Rodrigues. Com classe e categoria, foi um dos maiores médios volantes de todos os tempos, e ainda foi um dos líderes do clube Botafogo de Futebol e Regatas, além de possuir o mérito de ter criado a "folha seca". Esta técnica consistia numa forma de se bater na bola numa cobrança de falta, com o lado externo do pé, hoje vulgarmente chamada "trivela". Ela tem esse nome pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo. O lance foi inventado por Didi em 1956, na partida contra o América. Ele estava com uma contusão que não permitia dar os chutes de longa distância da forma normal. Por isso, ele achou um jeito para a dor desaparecer: acertar o meio da bola, que fazia uma curva assustadora. A "folha seca" ficou famosa quando Didi marcou um gol de falta nesse estilo contra a Seleção do Peru, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.



Na Copa do Mundo de 1970 seria o técnico da Seleção do Peru (classificando o país para a sua primeira Copa desde a de 1930) na derrota para a Seleção Brasileira por 4 a 2 .

No Fluminense, seu clube do coração, Didi jogou entre 1949 e 1956, tendo realizado 298 partidas e feito 91 gols, sendo um dos grandes responsáveis pela conquista do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio 1952 e feito o primeiro gol da história do Maracanã pela Seleção Carioca em 1950. Didi deixou o Fluminense devido a ser vítima de preconceito, era sempre obrigado a entrar pela porta dos fundos das Laranjeiras.



Enquanto foi campeão mundial, sempre atuou pelo Botafogo de Futebol e Regatas. No alvinegro, era o maestro de um dos mais fortes times da História do futebol. Jogou ao lado de Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo. O Botafogo foi o clube pelo qual Didi mais jogou futebol: fez 313 jogos e marcando 114 gols. Foi campeão carioca pelo clube em 1957, 1961 e 1962 e também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1962, mesmo ano em que venceu o Pentagonal do México. Passou por um momento curioso em 1957, depois de ganhar o Campeonato Carioca. Teve que cumprir uma promessa de atravessar a pé a cidade do Rio de Janeiro por causa do título.

Chegou a jogar no famoso time do Real Madrid, ao lado do craque argentino Di Stéfano e do húngaro Puskas, mas teria sofrido um boicote na equipe.

Didi também vestiu a camisa do São Paulo Futebol Clube em duas oportunidades, em 1964 e 1966. Já pensava em se retirar dos campos de futebol, não conseguindo êxito como nos clubes anteriores em conquista de títulos. A equipe paulista naquela época, não tinha grandes jogadores e estavam empenhados em terminarem a construção do seu principal patrimônio, o Estádio do Morumbi.

No começo de 1981, Didi chegou a ser o técnico do Botafogo, mas foi substituído do cargo durante o ano, tendo sido ele um dos técnicos do Fluminense, na fase que o time tricolor era conhecido como a "Máquina Tricolor", pela qualidade excepcional de seus jogadores.



Dirigiu os seguintes clubes Sporting Cristal e Alianza Lima (Peru), Vera Cruz (México), River Plate (Argentina), Fernerbache (Turquia) AL - Ahli (Arábia Saudita), Fluminense, Botafogo, Cruzeiro e Bangu (Brasil). Abandonou o futebol em 1987, depois de uma operação na coluna.

No início de 2000, foi homenageado com uma placa no Maracanã (por ter feito o gol inaugural), na cerimônia de inauguração da primeira etapa da reforma do estádio. Ainda neste ano, no dia 24 de janeiro, ao lado de George Best, Van Basten e Zico, entrou para o International Football Hall of Champions, o Hall da Fama da FIFA, onde já estão jogadores como Pelé, Beckenbauer e Cruyff.

Didi, morreu aos 71 anos, no Hospital Público Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, dia 12 de maio de 2001, dois dias após sofrer cirurgias para retirada de parte do intestino e da vesícula.

Frases de (e sobre) Didi

"Eu sempre tive muito carinho por ela. Porque se não a tratarmos com carinho, ela não obedece. Quando ela vinha, eu a dominava, ela obedecia. Às vezes ela ia por ali, e eu dizia: 'Vem cá, filhinha', e a trazia. Eu pegava de calo, de joanete, e ela estava ali, obediente. Eu a tratava com tanto carinho como trato minha mulher. Tinha por ela um carinho tremendo. Porque ela é fogo. Se você a maltratar, quebra a perna. É por isso que eu digo: 'Rapazes, vamos, respeitem. Esta é uma menina que tem que ser tratada com muito amor...' Conforme o lugarzinho em que a tocarmos, ela toma um destino". (Waldir Pereira, o Didi, sobre o trato com a bola)

"Quando eu jogava futebol, se pudesse, tinha sempre que pôr uma bolinha embaixo da cama. Quando eu acordava, tocava nela, e sentia, tinha sensibilidade, dava o toque inicial nela, dizendo: 'ela está aí'". (Waldir Pereira, o Didi, sobre a bola)

"Eu não precisava correr. Quem precisava correr era a bola. Eu dava um passe de 40 metros, para que que eu vou correr quase 35 metros para poder dar um passe de 5, se eu posso dar um passe de 40". (Waldir Pereira, o Didi, sobre a sua facilidade em fazer lançamentos)

"Eu tive uma satisfação íntima quando fiz o primeiro gol do Maracanã, em 1950. Eu passei duas noites sem dormir e sempre procurava passar perto do Maracanã. Pensava: 'Puxa, eu inaugurei esse negócio, isso aí vai ter uma placa'. Só o dia que destruírem esse estádio que vão esquecer do Didi, que fez o primeiro gol". (Waldir Pereira, o Didi, sobre ter feito o primeiro gol do Maracanã)

"Eu gostaria que a máquina do tempo recuasse um pouquinho e desse a oportunidade para vocês que não me viram e não tiveram a felicidade de ver um Nílton Santos, um Garrincha, um Pelé, um Didi, um Zizinho... Queria que a máquina do tempo recuasse um pouquinho e fizesse um jogo entre 1958 e 1970... e seria o espetáculo da terra. Meio tempo Pelé no time de 58, e meio tempo Pelé no time de 70. Seria uma coisa fantástica". (Waldir Pereira, o Didi, sobre os grandes jogadores de sua época)

"Não se podia desejar mais de um homem, ou por outra: não se podia desejar mais de um brasileiro. Ninguém que jogasse com mais gana, mais garra, e, sobretudo, com mais seriedade. Nem sempre marcava gols. Mas estava, fatalmente, por trás dos tentos alheios. Era ele quem amaciava o caminho, quem desmontava a defesa inimiga com seus lançamentos em profundidade. Com uma simples ginga de corpo, liquidava o marcador. E nas horas em que os companheiros pareciam aflitos, ele, com sua calma lúcida, o seu clarividente métier, prendia a bola e tratava de evitar um caos possível". (Nelson Rodrigues, jornalista, escritor e dramaturgo, após a vitória do Brasil contra a Suécia na Final da Copa do Mundo de 1958)

"Com suas gingas maravilhosas, ele, em pleno jogo, dava a sensação de que lhe pendia do peito não a camisa normal, mas um manto de cetim azul, com barra de arminho". (Nelson Rodrigues, jornalista, escritor e dramaturgo, após a vitória do Brasil contra a Suécia na Final da Copa do Mundo de 1958)

"Com sua voz bonita, parecida com a do locutor Luiz Jatobá e levemente pachola, ele caprichava na escolha das palavras. Não chamava a bola de bola, mas de "menina". Orgulhava-se de nunca ter pisado nela com as travas da chuteira - era como se jogasse de polainas. Quando entrava em campo, observava como este ou aquele adversário suspirava de admiração e o namorava com os olhos. Didi decidia: "Esse é meu fã. É para cima dele que eu vou". Reinava no gramado com seu porte alto, ereto, os olhos à altura da linha do horizonte. Nunca punha a cabeça na bola - a cabeça fora feita para pensar, não para dar marradas. E, embora fosse um mestre do drible, só driblava em último recurso. Seu forte eram os passes de quarenta metros, de curva, que pareciam ir em direção à cabeça do adversário e se desviavam, caindo de colher para o companheiro". (Ruy Castro, jornalista e escritor)

"Didi dá vida à bola. Faz ela falar." (Companheiros de Didi na Copa do Mundo de 1958)

"Didi, do chute oblíquo e dissimulado como o olhar de Capitu." (Armando Nogueira, jornalista e escritor)

"Se eu e Nílton estivéssemos no Mundial da Inglaterra, não haveria aquele fiasco. Aquela gente ia ver quem tinha gasolina no tanque." (Didi, ex-meia da Seleção Brasileira, sobre Nílton Santos e a Copa de 66)

"O estilo era cadenciado, lento. Bola de pé em pé para não gastar energia. Afinal, se somadas, nossas idades passariam de mil anos!" (Didi, sobre o estilo de jogo brasileiro na Copa do Chile, em 62)

"Foi uma honra jogar com eles. Eram todos craques." (Gérson, ex-craque da Seleção Brasileira, prestando sua homenagem a Didi, Nílton Santos, Garrincha e outros, com quem atuou no Botafogo)

"Herdei do Mestre Ziza o bastão de organizador de jogadas do futebol brasileiro" (Didi, o maior meia da história do futebol brasileiro)


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Raça de um "hermano" tricolor.


O meio campo do Fluminense hoje em dia tem um toque a mais de criatividade e visão de jogo, além de muita raça, de Darío Conca. Conca chegou ao Fluminense este ano, mas sempre foi um sonho antigo de Celso Barros, Presidente da Unimed, que se encantou com o futebol que o Argentino mostrou anos atrás quando jogava pela Universidad Católica do Chile.

Conca vem demonstrando vestindo a camisa tricolor a mesma categoria que demonstrou nos seus clubes anteriores, e de reserva no início da temporada, já ganhou o status de titular absoluto no meio campo fazendo uma afinada dupla com Thiago Neves.

Conhecido pelo seu jeito brincalhão entre os companheiros de elenco, mas também pela sua extrema timidez que o faz praticamente fugir das entrevistas, Conca vem conquistando o torcedor tricolor com poucas palavras, mas muito futebol.



A história de Darío Leonardo Conca que nasceu em General Pacheco, uma provínica de Buenos Aires, no dia 11 de maio de 1983 e iniciou sua carreira no futebol nas divisões de base do Club Atlético Tigre da Argentina, estreando na segunda divisão do Campeonato Argentino com apenas 15 anos. Naquele mesmo ano assinou seu primeiro contrato pelo River Plate. Ficou no clube até a chegada do treinador Leonardo Astrada que o dispensou.

Darío voltou então para o Tigre, mas não ficou por muito tempo, sendo logo contratado pela Universidad Católica do Chile. Após dois anos no Chile, ele regressou ao seu país natal para jogar pelo Rosario Central por um ano. No ano de 2007 mudou novamente de país, agora Brasil, sendo contratado pelo Vasco da Gama.




No Vasco da Gama, Conca começou o ano bem sob o comando de Renato Gaúcho, porém, após a troca de treinador, o jogador deixou de ser a primeira opção. Com o novo treinador, Celso Roth, Conca começou o Campeonato Brasileiro entre os reservas e só teve a oportunidade de voltar à titularidade quando Morais, o titular, foi afastado por lesão. Após regressar à equipe titular Conca passou a ser um dos destaques e o principal armador das jogadas.

O contrato com o jogador vencia dia 6 de Janeiro de 2008 e negociações foram iniciadas para a renovação, porém o River Plate, dono dos direitos federativos, anunciou que pretendia apenas negociar o jogador em definitivo. Entretanto o Vasco da Gama não era o único interessado no jogador e, apesar o seu empresário afirmar que o jogador não defenderia nenhuma clube brasileiro na próxima temporada, o Fluminense apresentou um contrato firmado com o jogador.



Pelo Fluminense em 18 jogos, Conca marcou 2 gols.

Títulos conquistados:

Pelo Universidad Católica - Campeonato Chileno: 2005 (Clausura)

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ídolos da História Tricolor: Marco Antônio


Marco Antônio Feliciano, nasceu no dia 6 de fevereiro de 1951 em Santos. Ele jogou de lateral-esquerdo pelo Fluminense e pela seleção brasileira. Foi Campeão do Mundo em 1970. Jogou 52 partidas (12 não-oficiais) com a seleção brasileira.

Pelo Tricolor, Marco Antônio conquistou 4 Campeonatos Cariocas, 2 Taças Guanabara e foi Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Vestindo a camisa do Fluminense ainda recebeu o “Bola de Prata do Brasil” em 1975 e 1976.

Miséria e solidão: estas duas palavras definem bem o fim de um dos melhores laterais esquerdo do futebol brasileiro. Desgraça e tragédia: este destino ameaça mais um desses homens que um dia dormiram ídolos e acordaram esquecidos. Esta é a história de um personagem de mil caras. Na bola, agressivo. No jogo de cartas, sua grande paixão, calculista, sempre a espera do blefe. No jogo da vida, um eterno vencedor, pelo menos nisso, ele acreditava, por isso apostou tudo de uma só vez. Estamos falando de Marco Antônio Feliciano, lateral esquerdo campeão do mundo em 1970 e que defendeu os grandes clubes do Rio de Janeiro. Ele carrega sobre os ombros sérias e severas acusações. Jamais dormiu antes das cinco da manhã, Rei do samba e das boates de strip-tease, fumante inveterado, bebedor de uísque e cuba libre, mau negociante, recordistas de atraso em treinos, dono da maior coleção de óculos escuro do Rio de Janeiro, seu disfarce oficial depois das noites passadas em claro. Enfim, um anti-atleta salvo pela técnica.

Fama não lhe faltava e ele aceitava como verdadeiras muitas das acusações. Era fácil demais notar naquele rosto de olheiras, naquelas mãos sempre com um cigarro fumegando, naqueles carros do ano, que algo não ia bem. Em campo, ajudado pelo biótipo, Marco Antônio dava conta do recado. Fora, dava conta de si mesmo. Seu roteiro era por demais conhecido: uma passadinha pelo Pavão Azul, velho boteco da Rua Hilário de Gouveia, em Copacabana. Depois uma romaria pelas boates de strip-tease do Leme. Mulheres jamais lhe faltaram, os amigos aumentavam dia a dia e a noite era curta para tantos embalos.

E como treinar ? Como chegar cedo e bem disposto no clube ? Aquela hora, os amigos dormiam. E com dinheiro no bolso, a conta era sempre de Marco Antônio. Mas havia outro amigo “pedra noventa”, desses que não falham: Cafuringa, ponta direita que na sua época desfilava pelas ruas do Rio de Mercedes e, quando largou o futebol, passou a andar de ônibus. Muitas vezes, o supervisor do Fluminense, pegava Marcos Antônio nas mesas do Carioca, uma casa de jogo. Ele era a própria imagem do vicio. O lateral foi ruim para ele mesmo. Levou uma vida desregrada e no fim de carreira, sem dinheiro, sem amigos e até, sem a própria vontade de viver. Marco Antônio foi um craque que acabou como muitos outros grandes craques: esquecido, pobre, angustiado e solitário. Dos jogos de cartas, dos negócios malfeitos, das farras nas boates, sobrou um homem só e falido.

Títulos:

Campeão do Mundo com a Seleção Brasileira em 1970.
Campeonato Carioca em 1969, 1971, 1973 e 1975 com o Fluminense, e 1977 com o Vasco da Gama
Taça Guanabara em 1969 e 1971 com o Fluminense
Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1970 pelo Fluminense

Ídolos da História Tricolor: Waldo Machado


Waldo Machado da Silva nasceu em Niterói no dia 9 de setembro de 1934. Com seus 1,78m de altura e 72 Kg veio a ser o maior artilheiro da história do Fluminense com 314 gols em 403 jogos. Tornou-se sinônimo de gol para a torcida tricolor. Fazia gols de canela, com chutões desprovidos de dribles ou firulas. Sua genialidade residia justamente na capacidade de não perdê-los. Sua média no clube foi quase de um gol por partida.

Waldo começou a sua carreira no Madureira onde marcou 22 gols, transferindo-se para o Fluminense em 1954, tendo permanecido no Tricolor das Laranjeiras até 1961.

No Fluminense, Waldo conquistou o Campeonato Carioca de 1959, foi campeão da Zona Sul da Taça Brasil em 1960 e conquistou dois títulos do Torneio Rio-São Paulo em 1957 e 1960. No Fluminense Waldo foi artilheiro do Campeonato Carioca em 1956 e do Torneio Rio-São Paulo em 1957 e 1960 .

Em 1962, Waldo transferiu-se para o Valencia CF, sendo até 2006, o segundo maior artilheiro da história deste clube espanhol, com 160 gols em 296 partidas oficiais, atrás somente do jogador Mundo. Na temporada 1966/1967 foi o artilheiro da Liga Espanhola e até 2006 era o brasileiro com maior número de gols na Liga Espanhola, só então sendo superado por Ronaldo. Após terminar a sua carreira como jogador, Waldo radicou-se em Valência.

Antes de emigrar para a Espanha, Waldo fez ainda dois gols em cinco jogos pela Seleção Brasileira(tendo sido campeão da Taça Atlântico em 1960) e 6 pela Seleção Carioca, somando pelo menos 504 gols (faltam nesta conta eventuais gols que teria feito em jogos não oficiais pelo Valência e gols que tenha feito pelo Hércules, da cidade de Alicante) em sua incrível carreira no Brasil e no exterior.

Waldo hoje em dia mora na linda cidade de Valência, na Espanha.

Títulos:
Bicampeão do Torneio Rio - São Paulo pelo Fluminense: 1957, 1960
Campeão Carioca pelo Fluminense: 1959
Campeão da Copa Atlântica pela Seleção Brasileira: 1960
Bicampeão da Copa UEFA pelo Valencia: 1962, 1963
Copa da Espanha pelo Hércules: 1967

Títulos pessoais:
Melhor artilheiro do campeonato carioca: 1956
Melhor artilheiro do campeonato espanhol: 1964, 1967

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Perdemos mais uma vez...


Pela terceira vez no ano o Fluminense conseguiu perder para o Botafogo. Digo que conseguiu perder porque com o elenco que temos, há de se fazer um esforço para perder para o Botafogo por três vezes consecutivas em quatro meses.

O elenco do Botafogo dentro de suas limitações tem como principal destaque o conjunto, o que parece ser o que mais faltou ao time do Fluminense novamente.

Um amigo meu disse que se se Wash faz o gol de pênalti a história seria diferente...Será? Não sei não. O time do Fluminense fez raras jogadas em cima de toque de bola e parecia depender mais do talento individual, já o Botafogo dentro do conjunto que tinha envolvia com toques rápidos e precisos.

Continuo achando que o maior pecado do Fluminense está nos volantes. Arouca não está conseguindo render defensivamente e o Ygor está bem abaixo do que eu esperaria de um elenco que está disputando a Libertadores fosse ter como primeiro volante titular.

Aliás foi em cima do Ygor (que no primeiro minuto de jogo agarrou o Wellington Paulista dentro da área que poderia ter resultado em pênalti contra o Flu) surgiu o gol do Botafogo. Ygor não saiu junto com a defesa para fazer o impedimento, consequentemente deu condição para o jogador do Botafogo que chutou cruzado nos pés do zagueiro Renato Silva que estava sendo marcado por que? Ele mesmo: Ygor. Renato Silva pegou e chutou a bola em cima do Ygor que caiu para dentro do gol com bola e tudo.

Detalhe que o Botafogo jogava com 10 jogadores e mesmo assim o Fluminense não conseguiu empatar o jogo. Resultado: terceira derrota consecutiva no ano para o Botafogo.

Há de se acrescentar a total apatia de alguns jogadores como Gabriel e Arouca.

Um Fluminense que nem de longe lembra aquele que encantou nos primeiros jogos da Libertadores. Apático, burocrático, sem conjunto e sem toque de bola. O elenco é bom, muito bom. Mas existem falhas principalmente com o baixo rendimento dos dois volantes na marcação que precisam ser sanadas e o time precisa jogar com mais vontade, afinal quem quer ser campeão tem que jogar com espírito de campeão.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

História do Clássico Vovô


O clássico entre Fluminense e Botafogo tem o nome de Clássico Vovô, por ser o confronto entre os grandes clubes mais antigos do futebol carioca, mas poderia ser também por ser o mais antigo clássico de futebol do Brasil ou por ser um dos mais antigos do continente americano, pois são equipes que se confrontam desde 22 de Outubro de 1905 (amistoso, Fluminense 6 a 0) e oficialmente desde 13 de Maio de 1906 (Campeonato Carioca, Fluminense 8 a 0) no campo da Rua Guanabara, do Fluminense. No match de 1905, os gols do Fluminense foram marcados por Horácio Costa Santos (2), Albert Victor Buchan, Charles Hargreaves, Edwin Cox e Emile Etchegaray.

Edwin Cox, irmão do fundador do Fluminense, Oscar Cox, foi o primeiro "carrasco" do Clássico Vovô, tendo feito dez gols nos primeiros seis jogos deste confronto, sendo dele por exemplo, os três gols da vitória tricolor por 3 a 0 pelo 1º Turno do Campeonato Carioca de 1907, sendo que no terceiro, após vários dribles no zagueiro Otávio, entrou com bola e tudo. Em 1911, o grande driblador Edwin Cox se transferiu para o Grêmio, onde junto com seu cocunhado, o alemão Bruno Schuback, também ex-jogador do Flu, foram colaborar para o engrandecimento deste clube gaúcho .

Segundo o jornalista Mário Filho, em sua obra prima, "O Negro no Futebol Brasileiro" , "diante dos jogadores do Fluminense, os jogadores do Botafogo se sentiam meninos, quase de calças curtas. Não era só a idade, eles ainda de buço, nenhum de bigode, o bigode quase um traço de família nos jogadores do Fluminense, que os fazia se sentirem assim. Ou melhor, era a outra idade,a idade do futebol."

"Os jogadores do Fluminense jogando há muito mais tempo, sabendo, portanto, muito mais. O conhecimento do futebol, porém, passava dos homens feitos do Fluminense para os rapazes do Botafogo. O time do Botafogo jogando contra o Fluminense, levando surras à zero, mas aprendendo. Aprendendo tudo."



Se o Flamengo nasceu como time de futebol pronto, pelos jogadores consagrados que sairam do Flu para fundar o seu departamento de futebol, o Botafogo aprendeu a jogar futebol com a "Universidade de Futebol Tricolor", assim como os clubes que vieram depois encontraram um estilo de jogo técnico e leal, e uma forma de organização esportiva, que fizeram o Fluminense um modelo de organização e de gestão para o futebol brasileiro por muitas décadas.

Talvez o clássico uruguaio entre Club Nacional de Fútbol e Club Atlético Peñarol seja mais antigo que o Clássico Vovô, desde que se considere a data de fundação do Peñarol como 1891 com o nome de Central Uruguay Railway Cricket Club, o que não é aceito pelos torcedores do Nacional, que afirmam que a data de fundação de seu rival teria sido apenas em 1913. O primeiro clássico envolvendo o CURCC e o Nacional foi um amistoso disputado em 15 de Julho de 1900 e o CURCC venceu por 2 a 0, enquanto a primeira partida entre Nacional e o Peñarol, foi um empate por 2 a 2 em 14 de Dezembro de 1913, em partida válida pelo Campeonato Uruguaio de Futebol . O motivo desta discussão é a importante questão de quem seria o Decano do futebol uruguaio, uma questão de honra no país vizinho.

Na Argentina o clássico mais velho é entre Racing e River Plate, tendo este confronto começado em partida amistosa vencida pelo Racing por 3 a 0 em 11 de Junho de 1904, e além deste, o confronto entre Newell's Old Boys e Rosário Central é mais velho do que o Clássico Vovô, tendo este clássico sido realizado pela primeira vez em 18 de Junho de 1905 (Newell's 1 a 0), quatro meses antes de Fluminense e Botafogo fazerem o primeiro clássico. Estes dois grandes clássicos argentinos são mais antigos que o Clássico Vovô, embora o pessoal de Buenos Aires não costume apontar os dois grandes clubes da cidade de Rosário como integrantes do grupo dos grandes clubes de futebol da Argentina, limitando esta condição à Boca, Independiente, Racing, River Plate e San Lorenzo.

No Paraguai, o confronto entre Olimpia e Guarani de 25 de Novembro de 1903 (0 a 0), é mais antigo que o Clássico Vovô, embora seja pretensão incluir este jogo entre os grandes clássicos do futebol, assim como não pode-se incluir Fluminense e Bangu (Bangu 5 a 3 em 14 de Maio de 1905) nesta categoria. Jogos entre estes clubes e o Libertad (de 30 de Julho de 1905) podem eventualmente serem mais antigos, mais não foram encontradas datas precisas, cabendo lembrar que são reconhecidos como grandes clubes paraguaios apenas o Cerro Porteño e o Olimpia, cujo primeiro encontro deu-se em 1913, em um empate por 2 a 2 pelo Campeonato Paraguaio de Futebol. Em outros países americanos não devem haver clássicos mais antigos, pois mesmo no Chile, onde a federação é de 1895, os grandes clubes atuais foram fundados bem mais tarde, e nos outros países americanos o futebol começou a se desenvolver bem depois do primeiro Clássico Vovô.

Pelo descrito acima, pode-se afirmar que o Clássico Vovô é pelo menos o quarto mais antigo entre os grandes clássicos do continente americano.



Ainda segundo o jornalista Mário Filho, "O Botafogo nasceu em oposição ao Fluminense" e desde o seu início este clássico foi palco de muitas disputas dentro e fora de campo.

O primeiro Campeonato Carioca disputado acirradamente pelas duas equipes foi em 1907, já que o Fluminense fora o primeiro campeão carioca em 1906 com certa tranquilidade, enquanto o Botafogo terminou em quarto . Os dois clubes chegaram empatados ao final do segundo campeonato, sendo que aparentemente o regulamento da Liga não previa o desempate em jogo extra, nem por saldo de gols. O Fluminense havia vencido a A. A. Internacional por W.O. e o Botafogo que jogaria na rodada decisiva contra este clube, contava em fazer um grande número de gols, o que não aconteceu, pois a Internacional igualmente não compareceu a campo, perdendo de novo por W.O. , embora antes do não comparecimento este clube tenha feito esforços para marcar o jogo contra o Bota para outra data, pois tinha quatro jogadores de seu reduzido elenco contundidos, o que não foi aceito na época pelo Botafogo. Como o Fluminense tinha o melhor saldo de gols (10 contra 5 do Botafogo), inclusive nas partidas contra o alvi-negro (3 a 0 e 2 a 4), declarou-se campeão, o que o Botafogo não aceitou exigindo um jogo extra não previsto no regulamento e com membros deste clube ofendendo os dirigentes do Fluminense com acusações levianas. Estranhamente os botafoguenses reclamam até hoje da Internacional não ter comparecido a campo contra eles (nos jogos que ambos disputaram contra os mesmos adversários e entre eles, o Fluminense foi o melhor), pois queriam fazer um grande saldo de gols contra este clube para se declararem campeões depois. Como foi o Fluminense que tinha o melhor saldo de gols, eles quiseram marcar um jogo extra. A Internacional era um clube tão desestruturado que veio a extinguir-se neste mesmo ano. Em Junho de 1996, após batalhas jurídicas que duraram 89 anos, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, em medida administrativa declarou os dois clubes campeões.

Sobre os fatos posteriores à elaboração do regulamento, publicou o excelente livro Clássico Vovô, dos autores (vascaínos) Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida, que é uma obra imprescendível para os que se interessam pela história do Clássico Vovô e do próprio futebol carioca :
"No último jogo do Torneio, o Fluminense derrotou por 2 a 0 o Paysandu, empatando em pontos com os botafoguenses. A sua torcida comemorou o título aos gritos de "Alê-Goak". Mas o Botafogo não se conformou: O critério escolhido pela LMSA não fora bem digerido pelos alvinegros, tendo sido este o motivo de grande discórdia nas acaloradas reuniões da Liga. Porém, antes de ser extinta, ela bateu o pé e proclamou o tricolor como o campeão da temporada. Nesta última assembléia realizada, como forma de punição, a Inter foi expulsa pelo comitê organizador. Solidários com este clube, Fluminense, Paysandu e Rio Cricket também deixaram a entidade. Permaneceram somente o Riachuelo e o Botafogo, este último acusado de ser o principal responsável pelas cisões que tanto entravaram o campeonato deste ano. O América já o havia abandonado anteriormente. Com a revoada de mais da metade de seus integrantes, a Liga acabou dissolvida. O curiosos é que no ano seguinte uma outra com o mesmo nome foi formada. Tudo muito esquisito."



Encontra-se no álbum do Fluminense Football Club, localizado no FLUMEMÓRIA sobre este assunto: "O caso de 1907 foi para a CBD e lá constava inclusive, cópia da ata da resolução de 1º de Maio de 1907 :"

"Fica resolvido que na presente estação, quando se der empate no final dos campeonatos, em vez de ser jogado o desempate, tira-se a média dos goals entre os empatados, sendo declarado campeão o que melhor média apresentar". Nota que consta no FLUMEMÓRIA (parece que a documentação original encontra-se sob guarda do departamento de futebol): "Encontrava-se, em Julho de 1948, arquivado na antiga CBD, quando foi consultado pelo saudoso José de Almeida Filho, e hoje, certamente está nos arquivos da CBF."

O livro HISTÓRIA DO FUTEBOL NO BRASIL, de Tomás Mazzoni, confirma este tese da existência do critério de desempate.

Em 1908, o Fluminense, confirmando que era o melhor time carioca, foi campeão tendo feito 18 pontos e o Botafogo vice, com 14. Os jogos entre estes dois clubes terminaram empatados : 4 a 4 e 2 a 2, sendo que o segundo empate foi na última rodada do campeonato.

Em 1909, o Fluminense fez 18 pontos e o Botafogo 16, tendo os jogos pelo Clássico Vovô sido fundamentais para definir o campeão ( 2 a 2 no turno e Fluminense 2 a 1 no returno, este último, um jogo com grande presença de público para os padrões daquela época ) .

Em 1910, finalmente o Botafogo ganharia o título e o Fluminense enfim seria o vice. O jogo decisivo entre os dois clubes ocorreu na penúltima rodada, em 25 de Setembro . O expressivo resultado de 6 a 1 em seu favor no campo da rua Voluntários da Pátria entusiasmou tanto os botafoguenses, que eles que recebiam correspondências dos co-irmãos os saudando da forma "Ao Glorioso Botafogo" , se apropriaram da saudação e se intitularam "O Glorioso", título com o qual se auto-denominam até hoje, com o alvi-negro ganhando depois do Haddock Lobo em 2 de Outubro, sagrando-se campeão carioca merecidamente.

Em 1911, o Fluminense recuperou a hegemonia carioca, com o América terminando em segundo e Botafogo em terceiro, mas o alvi-negro em protesto abandonou este campeonato e por isto o Botafogo acabou também suspenso do campeonato de 1912 , depois de punição imposta aos seus jogadores pela Liga, após a briga que provocaram com os atletas americanos no jogo de 25 de Junho (empate de 1 a 1 em jogo que só durou até os 20 minutos do segundo tempo). É claro que na história alvi-negra, eles são sempre as vítimas. Ao final deste campeonato, oito jogadores titulares do Fluminense abandonam o clube para fundar o departamento de futebol do Clube de Regatas do Flamengo, acabando com a hegemonia do Fluminense, que teve que refazer o seu time.



A revista PLACAR publicou uma edição especial sobre "OS GRANDES CLÁSSICOS'' em Maio de 2005 de excelente qualidade, mas deixando de fora do artigo sobre o Clássico Vovô um confronto: Em 21 de Abril de 1914 o Fluminense goleou o Botafogo por 8 a 1 em amistoso beneficiente realizado em Laranjeiras, com Welfare marcando quatro gols, Carlos Alberto três, Oswaldo um, com Mimi Sodré fazendo o gol de honra do alvi-negro. Ao contrário do que PLACAR informa no rodapé da página 25, este jogo não foi pelo Campeonato Carioca, não foi interrompido, não houve perda de pontos nem vitória do Flu por W.O, nem o Botafogo estava com o time de reservas, apenas com alguns reservas.

A maior goleada sofrida pelo Botafogo em seu estádio de General Severiano foi justamente para o Fluminense. No dia 25 de Junho de 1916 o Fluminense goleou o Botafogo pelo returno do Campeonato Carioca por 7 a 2, com três gols de Baptista , completando Celso, Couto, Ernâni e Zezé para o Flu, descontando Aluízio e Vadinho para o Bota. No turno o Flu ganhara por 4 a 1 em Laranjeiras, com dois gols de Welfare (que não jogou no confronto do returno), um de Batista e um de Couto.

No Campeonato Carioca de 1918, o Fluminense fez 29 pontos e o Botafogo 26. No turno houve empate por 0 a 0 em 14 de Julho , já no returno o Fluminense ganhou por 2 a 1 no dia 29 de Setembro, com gols de Machado e Welfare, este último de cabeça aos 42' do segundo tempo, praticamente selando o destino deste campeonato em favor do time tricolor, já que o Flu abrira larga vantagem sobre o Botafogo, que seria o vice-campeão deste ano. Ambos os jogos foram realizados no estádio do Botafogo, provavelmente porque o Estádio de Laranjeiras estava sendo construído para abrigar o Campeonato Sul-Americano de Seleções (atual Copa América) em 1919. No empate por 0 a 0 Welfare foi expulso ao dar uma entrada dura no zagueiro botafoguense Palomone, o que levou o Botafogo a mandar rezar uma missa pelo fato de seu atleta não ter morrido, até porque Welfare era uma potência, fisicamente falando, o que deixava os seus adversários geralmente em desvantagem.

No grande tricampeonato em 1919, duas vitórias tricolores (2 a 1 em Laranjeiras, com gols de Welfare e Zezé para o Flu, descontando Vadinho para o Bota e 5 a 2 no Estádio de General Severiano). No jogo do returno em General Severiano grande presença de público e muita confusão, pois quando Zezé fez o quarto gol do Fluminense, com Palamone dando-lhe condição, os atletas botafoguenses exigiram que o gol fosse anulado, alegando impedimento, e após a confirmação do gol começaram a praticar o anti-jogo de uma forma extremamente assintosa em sinal de protesto. Após o Flu marcar o quinto gol, os atletas botafoguenses resolveram abandonar o campo de uma forma tão vergonhosa que os dirigentes e a torcida do Botafogo os obrigaram a voltar a campo para completarem a partida, sendo que após o encerramento da peleja o árbitro Gabriel de Carvalho foi agredido quando saía do vestiário pelos botafoguenses, que desde os primórdios tinham um comportamento absolutamente parcial e afastado da realidade dos campos.



O inglês Henri "Harry" Welfare (décadas de 10 e de 20) foi uma figura marcante nos primórdios do Clássico Vovô, pois até os dias atuais "O Tanque inglês" , que chegou a jogar pelo Liverpool antes de vir para o Brasil, é o maior artilheiro deste clássico com 17 gols marcados, além de ter feito 49 gols no tricampeonato carioca do Fluminense em 1917/1918/1919 , 163 gols em 166 jogos com a camisa tricolor e ainda ser o jogador que mais gols fez com a camisa do Flu em um único jogo, 6 contra o Bangu na goleada por 11 a 1 em 9 de Dezembro de 1917 (junto com Buchan e Rongo) , numa época que não tinha tantos jogos por ano como na atualidade. Segundo o jornalista Mário Filho, "com Welfare , é como se o Fluminense entrasse em campo com uma metralhadora, enquanto seus adversários lutavam de espada". Certa vez, perguntado se o Fluminense nessa época estava à altura dos grandes clubes ingleses, respondeu que "igual, se não com vantagem".

Welfare jogou a sua última partida pelo Fluminense justamente contra o Botafogo, pelo Torneio Início de 1924, em 27 de Abril, quando fez o gol da vitória tricolor por 1 a 0 (jogo e gol não contabilizados nas estatísticas deste clássico, pois jogos pelo Torneio Início não duravam 90 minutos), não jogando a final contra o Flamengo em que o Flu igualmente venceu por 1 a 0, sagrando-se campeão, com gol de Nilo.

Campeão carioca em 1924, o Fluminense venceu o Botafogo por duas vezes (1 a 0 e 2 a 0) e na vitória tricolor por 2 a 0 em General Severiano, Nilo seria um dos autores dos gols, ele que começou no Flu em 1916, foi para o Bota em 1920, retornou para o Flu em 1924 e foi de novo para o Bota em 1927, faria dois gols pelo Flu contra o Bota e três gols pelo Bota contra o Flu.

No dia 22 de Abril de 1928 o Fluminense derrotou o Botafogo por 3 a 1 no Estádio de General Severiano, com gols de Alfredo, Lagarto e Preguinho (que tem oito gols na história do Clássico Vovô), descontando Joãozinho para o Bota. Rivadávia Correa Meyer, jogador e futuro presidente do Botafogo estava estenuado, e ao ser arguido sobre isto por Carlito Rocha, diretor alvi-negro, respondeu : "Não, é um prego na chuteira" . Estava criada a gíria "estou pregado", para definir quem está muito cansado!

O Botafogo não ganhava do Fluminense há 7 anos (maior período de invencibilidade tricolor, 14 jogos, sendo 11 vitórias ), quando venceu o clássico do dia 14 de Setembro de 1930 em seu estádio de Gal.Severiano por 3 a 2, com o gol da vitória alvi-negra sendo marcado aos 35 minutos do segundo tempo. Neste ano o Botafogo voltaria a ser campeão depois de 18 anos, considerando a fraquíssima liga em que o Botafogo disputou o campeonato de 1912, ou 20 anos se considerarmos uma liga forte. Na disputa para ver quem levaria mais jogadores para a primeira Copa do Mundo, o Fluminense venceu por 5 a 4. Cabe lembrar o grave acidente de trem sofrido pelo elenco tricolor em 9 de Março, que feriu todos os seus jogadores e matou o zagueiro gaúcho Jorge Tavares Py, vindo este acidente a acarretar uma grande queda de rendimento do time do Fluminense neste ano.


Entre 1930 e 1932, o Clássico Vovô seria disputado em 6 ocasiões, com três vitórias alvi-negras, uma tricolor e dois empates, prova que o Botafogo finalmente montara um time forte. Além de 1930, o Botafogo foi campeão carioca também em 1932, mas se recusou a participar do movimento visando o profissionalismo em 1933, transferindo-se para uma liga que disputou e ganhou contra adversários inespressivos, assim como em 1934. Em 1935, Vasco, Bangu e São Cristóvão se uniram ao Botafogo nessa liga inexpressiva, profissionalizando-a e dando-lhe o nome de Federação Metropolitana de Desportos, com o Botafogo sendo então tetracampeão, agora com pelo menos três adversários melhores do que os que ele disputou o título nos dois anos anteriores. Em 1936 o Vasco seria campeão desta liga e em 1937, quando o São Cristóvão liderava o campeonato da FMD sem mais poder ser alcançado por seus concorrentes, esta liga foi dissolvida sem declararem o clube cadete campeão, uma grande injustiça.

Na Liga Carioca de Futebol, os campeões neste período foram o Bangu (1933), o Vasco(1934), o América (1935) e o Fluminense (1936) . O maior acontecimento do futebol brasileiro nesta época foi a contratação pelo Fluminense em 1935 da base da seleção paulista que havia se sagrado bicampeã brasileira de seleções estaduais, com o tricolor começando a formar um dos melhores times de sua história, time que ainda seria mais reforçado com o passar do tempo e que dominaria o futebol carioca durante vários anos e que certamente era o melhor do Brasil neste período.

Portanto, além de 1911 e 1912, o Clássico Vovô não se realizou em 1933, 1934 , 1935 e 1936 pelo fato de Fluminense e Botafogo disputarem ligas diferentes, ou seja, 4 dos títulos cariocas relacionados como conquistas (1912, 1933, 1934 e 1935) pelo Botafogo foram em ligas mais fracas, sendo que 3 destes campeonatos fazem parte do tal tetracampeonato (1932/1935) que eles se orgulham. Ao retornar para a Liga Carioca, o Botafogo viu o Fluminense conquistar 4 campeonatos (1937, 1938, 1940 e 1941) em 5 anos.

A Copa do Mundo de 1934 foi a pior participação brasileira em Copas do Mundo, com a Seleção Brasileira terminando em antepenúltimo lugar. Isto se explica, pois os botafoguenses dominavam a C.B.D. nesta época, sendo que Carlito Rocha, histórico e folclórico dirigente alvi-negro era então o Diretor de Futebol. Se posicionando contra o profissionalismo, a C.B.D. só convocou jogadores amadores (leia-se jogadores do Botafogo) e temendo um insucesso pagou atletas de outros clubes "por fora", obrigando-os a se desfiliarem de seus clubes e registrando-os como jogadores da C.B.D., sem vinculação aos seus clubes de origem, atendendo mais uma vez à estranha lógica botafoguense, que não aceitava jogadores pagos, mas os pagou, tentando esconder o fato. Tendo 9 de seus jogadores convocados nesta Copa e os outros clubes nehum, o Botafogo aparece nas estatísticas como clube que mais cedeu jogadores à Seleção Brasileira e faz alarde disto, sem explicar a história, como lhes é característico. Tanto na Copa anterior, em 1930, como na posterior, em 1938, o Fluminense cedeu 5 jogadores à Seleção Brasileira, mais do que o Botafogo. Em 1938 o Brasil conquistou a terceira colocação na Copa do Mundo, sua melhor colocação até então. As atuações do Brasil em 1934 foram tão desastrosas, incluindo neste comentário também uma goleada de 8 a 4 que o Brasil sofreu em amistoso contra a Iugoslávia disputado após esta Copa, em Belgrado, que a Seleção Brasileira só voltaria a disputar uma partida contra seleções nacionais em 1936, dado nenhuma seleção de outro país querer jogar contra um adversário tão sem prestígio.

No jogo pelo turno do Campeonato Carioca de 1937, em 14 de Novembro no Estádio de São Januário, o Fluminense venceu o clássico por 1 a 0, com gol de Hércules (o primeiro de cinco gols dele na história deste clássico), em jogo disputado de forma extremamente ríspida pelos tricolores, em revanchismo à violência alvi-negra no jogo anterior entre eles, em amistoso que o Bota havia ganho por 2 a 1, cerca de 2 meses antes. Como o árbitro Carlos Potenghi anulou um gol do atacante alvi-negro Paschoal, o dirigente botafoguense Carlito Rocha partiu para agressão ao árbitro ao encontrá-lo durante a semana numa rua do Rio de Janeiro.

O Fluminense, tricampeão carioca, foi o convidado de honra do Botafogo para inaugurar o Estádio de General Severiano em 28 de Agosto de 1938, estádio que após as reformas tinha capacidade para abrigar 12.000 torcedores, estando completamente lotado neste dia festivo em que os alvi-negros venceram este clássico amistoso por 3 a 2. Cabe comentar que antes os jogos do Botafogo eram realizados no campo com o mesmo nome, mas sem a mesma infra-estrutura .

O primeiro confronto entre Fluminense e Botafogo pelo Torneio Rio-São Paulo, que durante décadas seria considerado como embrião para um futuro Campeonato Brasileiro, foi igualmente válido pelo Campeonato Carioca, tendo terminado empatado em 2 a 2, no dia 8 de Setembro de 1940, com gols de Adílson e Tim para o Flu e Perácio e Geninho para o Bota, no Estádio de General Severiano.

No dia 4 de Setembro de 1943 o Fluminense venceu o Botafogo no Estádio de Laranjeiras por 5 a 3, com 3 gols de Russo (que fez cinco gols na história deste clássico), Tim (que fez quatro gols na história do Clássico Vovô) e Adilson (que igualmente fez quatro gols neste confronto) para o tricolor, descontando Pirica, Díaz e Heleno de Freitas (maior artilheiro do Bota na história do Clássico Vovô com dezesseis gols, ele que foi criado nas divisões de base do Fluminense) para os alvi-negros.

Em 1946 o Fluminense enfrentou o Botafogo na final do Supercampeonato precisando apenas empatar, mas mesmo assim venceu o jogo final por 1 a 0, gol de Ademir Menezes, perante cerca de 35.000 espectadores (27.094 pagantes) no Estádio de São Januário. Este talvez tenha sido o Campeonato Carioca mais espetacular da história, pois disputado em sistema de pontos corridos terminou com 4 equipes empatadas em primeiro lugar. A disputa extra entre estes clubes, em turno e returno, ficou conhecida como Supercampeonato. No primeiro Clássico Vovô desta fase final, o Fluminense havia ganho por 3 a 1, terminando esta disputa com onze pontos contra oito do Botafogo, o vice-campeão. Ademir Menezes, Tricolor de coração quando criança e ao abandonar a carreira, como declarou muitas vezes no ar como comentarista da Rádio Nacional, mesmo sendo um ícone do Vasco pelo muito que fez por este clube, fez 9 gols pelo Flu contra o Bota, tendo marcado gols em 7 partidas deste clássico em um intervalo de pouco mais de um ano e meio.

No dia 15 de Junho de 1947 o Fluminense venceu o Botafogo por 6 a 4 pelo Torneio Municipal, com dois gols de Ademir, Careca, Pedro Amorim (que fez nove gols na história deste clássico), Simões e Cid para o Flu, descontando Geninho (3) e Santo Cristo. No jogo posterior, amistoso em 29 de Junho, empate de 5 a 5, o que demonstra que os torcedores de então viveram grandes emoções nestes dois clássicos!

Já pelo Campeonato Carioca, em 28 de Setembro de 1947 o Botafogo venceu o Fluminense por 2 a 1 em Laranjeiras, mas o fato curioso ficou por conta da provocação da torcida do Fluminense ao seu ex-jogador, Heleno de Freitas, pois todas as vezes que ele pegava na bola, a torcida gritava "Gilda", nome de filme famoso na época, estrelado pela voluptuosa atriz norte-americana Rita Hayworth, apelido que acompanhou o jogador alvi-negro pelo resto da carreira e que o deixava totalmente desequilibrado.



Em 1948 o Botafogo seria campeão tendo o Fluminense como um dos adversários pela primeira vez desde 1932,enquanto o Flu terminou este campeonato em terceiro.

Já em 1949 o Fluminense foi vice-campeão e o Botafogo terminou em quarto, mas o fato mais marcante deste ano foi a escolha do Fluminense como detentor da Taça Olímpica deste ano, uma espécie de Prêmio Nobel do Esporte, como reconhecimento há todo o trabalho do Fluminense em favor do esporte, com o tricolor concorrendo com clubes e associações de esportes do mundo inteiro. Como divulgado com competência na brilhante história tricolor, foi no Fluminense que começaram a se organizar várias modalidades esportivas no território brasileiro e não apenas o futebol.

O primeiro clássico entre Fluminense e Botafogo que valeu exclusivamente pelo Torneio Rio-São Paulo foi realizado em 15 de Janeiro de 1950 no Estádio de São Januário e o Flu ganhou por 2 a 0, em jogo sem grandes emoções.

No primeiro Clássico Vovô no Maracanã, em 16 de Setembro de 1950, o tricolor venceu o alvi-negro por 1 a 0, com gol de Didi, que anos mais tarde jogaria por este rival (na história deste clássico, Didi fez 4 gols pelo Flu contra o Bota e apenas 1 pelo Bota contra o seu time do coração) , em jogo pela 5ª rodada do primeiro turno do Campeonato Carioca. Os dois times fizeram um péssimo campeonato, perdendo desde a primeira rodada e também na rodada anterior a esta, de modo que apenas cerca de 15.000 pessoas (8.696 pagantes) compareceram a este jogo . No jogo do returno, empate por 3 a 3 com cerca de 30.000 presentes (19.649 pagantes).

No Campeonato Carioca de 1951 a situação dos dois clubes foi diferente. O Fluminense foi o campeão vencendo o Bangu na final (já em 20 de Janeiro de 1952) por 2 a 0, perante 78.849 espectadores (68.820 pagantes), em campeonato animado, com grandes públicos comparecendo aos jogos. Apesar de não ter disputado o título, o Botafogo, terceiro colocado, ainda tentou modificar o resultado deste campeonato, entrando com recurso no Tribunal de Justiça Desportiva para tentar anular o resultado de seu jogo contra o Madureira (vitória do tricolor suburbano 2 a 1, em 9 de Dezembro), que foi julgado improcedente após julgamento desta entidade. Como lhes é peculiar, os alvi-negros se dizem perseguidos, tentando mostrar que tinham razão em seu pedido, mas não apresentam os argumentos do Tribunal de Justiça para indeferir o seu pleito, apenas as suas reclamações. Os clássicos entre os antigos rivais tiveram boa afluência de público, pois no Turno houve empate por 1 a 1 com um público de 49.252 torcedores (39.520 pagantes) e no returno o alvi-negro venceu a sua primeira partida do Clássico Vovô no Maracanã ao vencer o Flu por 3 a 1, perante 53.401 espectadores (44.011 pagantes), com um certo Telê Santana fazendo o gol do Flu nas duas partidas, ele que faria 10 gols na história deste clássico.

O primeiro Clássico Vovô após o Fluminense conquistar a Copa Rio 1952 no Maracanã, competição precurssora do Campeonato Mundial de Clubes, foi pelo Turno do Carioca e o Fluminense venceu por 2 a 0 (gols de Simões e Vilalobos), perante 64.144 espectadores (52.437 pagantes). No returno o Fluminense venceu por 3 a 1 (dois gols de Marinho e um de Didi, descontando Bravo) perante 30.336 espectadores (23.029 pagantes). O Flu terminaria este campeonato em terceiro, com o mesmo número de pontos do vice-campeão.

Fluminense e Botafogo disputaram o primeiro confronto internacional em 3 de Fevereiro de 1953, no Estádio Centenário, pelo Torneio de Montevidéu, com vitória alvi-negra por 2 a 1, com dois gols de Dino para o Botafogo e Quincas para o Fluminense. Disputaram este torneio, o Fluminense, o Botafogo, o Dínamo de Zageb da atual Croácia, o Viena da Áustria, o Colo-Colo do Chile , o Pres.Hayes do Paraguai e os uruguaios Peñarol e Nacional, que foi o campeão.

No dia 2 de Agosto de 1953 Garrincha faria a sua estréia no Maracanã justamente em um Clássico Vovô, valendo pelo 1º Turno do Campeonato Carioca e que o Flu venceu por 2 a 1, com gols de Marinho e Orlando para o Flu e Vinícius para o Bota. No jogo pelo 2º Turno em 22 de Novembro o Botafogo venceu por 3 a 1 perante 81.359 torcedores (67.962 pagantes) e Garrincha marcou um dos gols alvi-negros (os outros dois foram de Vinícius, descontando Telê para o Flu), resultado que tirou o Fluminense da liderança do campeonato e que marcou a última vitória do Botafogo em campeonatos cariocas antes da final de 1957 . Já pelo 3º Turno em 2 de Janeiro de 1954, o Flu venceu por 1 a 0 com gol de Quincas perante 34.962 espectadores (27.740 pagantes) e terminaria este campeonato como vice-campeão.

No dia 31 de Dezembro de 1954, o Jornal dos Sports divulgou pesquisa de torcidas realizada pelo IBOPE. O resultado desta pesquisa, com resultados aproximados, foi Flamengo (29%), Fluminense (18%), Vasco (17%), América (6%), Botafogo (5%), Bangu (2%), São Cristóvão (1%), nenhum (22%) e não opinaram (1%). Na procura de uma identidade para a sua torcida, é muito comum os botafoguenses quererem vender a idéia, que tal qual o Fluminense, eles também são um clube elitizado e que sua torcida sempre esteve concentrada na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.

Esta pesquisa demonstra que na Classe A, o Fluminense tinha 35% da preferência, o Flamengo 20%, o Vasco 10% e o Botafogo apenas 3%, enquanto que na Classe B, o Flamengo tinha 29%, o Fluminense 19%, o Vasco 11%, o América 8%,o Botafogo 6% e o Bangu 2% e na Classe C, o Flamengo tinha 28%, o Vasco 20%, o Fluminense 16%, o Botafogo 4%, América, Bangu e São Cristóvão 2% cada.

Por nível de instrução, tinham nível superior 31% dos tricolores, 24% dos flamenguistas, 11% dos vascaínos, 6% dos americanos e dos botafoguenses e 1% dos banguenses, enquanto os que tinham nível secundário 29% dos flamenguistas, 20% dos tricolores, 14% dos vascaínos, 9% dos americanos, 4% dos botafoguenses, 2% dos banguenses e 1% dos torcedores do São Cristóvão. Para não ocupar muito espaço, os tricolores com curso primário eram 15%, os botafoguenses 5% e entre os sem curso completo, 6% dos tricolores e 4% dos alvi-negros. A proporção de tricolores caía, conforme a classe social e o nível de instrução, enquanto o botafoguense típico era um sujeiro de classe média e nível de escolaridade secundária ou média , provavelmente com pouca presença na Zona Sul do Rio de Janeiro naquela época, o que parece ser confirmado pela reclamação de João Saldanha, que relutou na década de 30 contra a fusão do Botafogo Futebol Clube com o Botafogo de Futebol e Regatas, afirmando que o segundo estaria infiltrado de torcedores do Fluminense, o que era natural, pois era o clube preferido pelas pessoas da zona mais rica e instruída do Rio de Janeiro, ao contrário do Botafogo. O torcida do Botafogo é apenas uma coletividade de pessoas com origens diferentes, que não devem ter tido uma origem comum na Zona Sul do Rio de Janeiro e que provavelmente cresceram numericamente por conta do espaço que o América perdeu entre os torcedores cariocas a partir da década de 60.

Em 1957, o Botafogo finalmente começou uma fase que se poderia realmente chamar de gloriosa, pois daí, até 1968, conquistou 5 campeonatos cariocas, 3 torneios Rio-São Paulo e 1 Taça Brasil, além de diversos torneios e taças internacionais.

Em 29 de Setembro de 1957 o Fluminense venceu o Botafogo por 1 a 0, com gol de Escurinho, no centésimo Clássico Vovô pelo Campeonato Carioca, perante 49.135 espectadores pagantes, fechando uma série de 11 jogos sem perder para o Botafogo.

Na final do Campeonato Carioca de 1957, o alvi-negro fez provavelmente a maior partida de sua história no Clássico Vovô, quando ganhou por inapeláveis 6 a 2, perante um público presente provável de mais de 100.000 pessoas (89.100 pagantes). Parece crivel, que na década de 70 o Botafogo pagaria o preço do esforço que fez para manter os seus fabulosos jogadores desse período, tendo que vender a sua sede e com os recursos limitados desta época, ficado 21 anos sem ser campeão. Em geral, eles procuram criticar o presidente que vendeu a sede alvi-negra, quando este pode não ter tido outra opção, talvez por desmandos anteriores, já que o Botafogo nunca teve estrutura para manter grandes times por muito tempo.

Em 1959, Fluminense e Botafogo jogaram pela última rodada do Campeonato Carioca, pelo sistema de pontos corridos, com o Fluminense tendo sido campeão na rodada anterior contra o Madureira. Neste jogo, o Botafogo fez uma grande partida e ganhava por 3 a 1 até os 44 minutos do segundo tempo, quando Waldo, o maior artilheiro da história do Fluminense (314 gols em 403 jogos) e o segundo maior da história do Valência, da Espanha (160 gols em 296 jogos oficiais, o que somado aos jogos pelo Fluminense, Seleção Brasileira e Seleção Carioca, lhe dão pelo menos 504 gols) diminuiu e logo depois empatou o jogo.

O Fluminense se sagraria campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1960, título que já havia conquistado em 1957 e cujo torneio foi suspenso em 1940 quando a dupla Fla-Flu o liderava, culminando em acordo entre as federações carioca e paulista para declararem os dois campeões, o que nunca foi homologado pela CBD/CBF conforme era necessário naquela época. Neste torneio de 1960, Flu e Bota empatariam por 2 a 2 (2 gols de Waldo para o Flu, descontando Paulo Valentim e Quarentinha para o Bota), mas que ficou marcado por nobre gesto de Garrincha, que ao ver o zagueiro tricolor Pinheiro machucado no gramado, jogou a bola para fora para que ele fosse atendido, inaugurando este gesto de "Fair-Play" no futebol mundial em um Clássico Vovô, desde então repetido no mundo inteiro. No final, o Fluminense seria campeão ao vencer o Palmeiras por 1 a 0 perante um público de 78.144 torcedores, com gol de Waldo aos 27 minutos do primeiro tempo.

Pelo Torneio Rio-São Paulo de 1961, em que o Bota seria campeão, os alvi-negros derrotaram o Fluminense por 4 a 3 em um jogo sensacional, com muitos lances bonitos e emocionantes, além dos sete gols da partida. Para variar, o grande artilheiro Waldo deixou a sua marca, marcando um dos gols do Flu. No campeonato Carioca deste ano, dois empates por 2 a 2 e uma difícil vitória do Botafogo por 1 a 0 (gol de Garrincha), que terminaria campeão.

No Campeonato Carioca de 1962, tricolores e alvi-negros disputaram um jogo eletrizante pela penúltima rodada do Campeonato Carioca, com o Botafogo marcando o gol da vitória aos 39 mintutos do segundo tempo, através de Amarildo, perante 57.713 pagantes. Com este resultado o Botafogo eliminou o Fluminense que terminaria este campeonato em terceiro lugar, há apenas 3 pontos do Botafogo que seria campeão na última rodada ao ganhar do Flamengo por 3 a 0 .

Um Fla-Flu que bateu o recorde mundial de público decidiu o Campeonato Carioca de 1963 e o empate de 0 a 0 deu o título ao Flamengo. Duas derrotas (1 a 0 e 3 a 0 como atacante Amoroso fazendo gols nas duas partidas, sendo que na última com 54.713 pagantes) para o Botafogo neste campeonato tiraram este título do Fluminense, já que tendo sido disputado no sistema de pontos corridos, o Fluminense terminou apenas um ponto atrás do Flamengo, enquanto o Bota terminou em quarto,atrás do Bangu.



Já no Campeonato Carioca de 1964 o Fluminense seria campeão ao vencer o Bangu em melhor-de-três pontos, já que estas equipes terminaram o campeonato empatadas em 35 pontos, mas o Botafogo terminou este campeonato em terceiro há apenas um ponto dos finalistas. A vitória tricolor no 1º Turno por 2 a 0 com dois gols de Amoroso (o mesmo que jogara antes pelo Botafogo) perante 58.569 espectadores pagantes foi fundamental para a definição do título, além de terminar com um período de 12 jogos sem vitórias tricolores, desde o dia 24 de Julho de 1960, quando o Fluminense venceu por 1 a 0 com gol de Paulinho, perante 51.012 pagantes, no maior jejum de vitórias do tricolor neste clássico.

A "vingança" pela derrota na final de 1957, chegaria apenas em 1965, quando jogando pelo Torneio Rio-São Paulo o tricolor ganhou por 7 a 2 no dia 12 de Maio, com os grandes jogadores alvi-negros em campo e com o goleiro alvi-negro Manga sendo a maior figura do jogo.Os gols do Flu foram de Antunes (3), Evaldo (2) , Gilson Nunes e Amoroso, descontando Jairzinho e Gérson para os alvi-negros. Aliás, o apaixonadíssimo Gérson, Tricolor de Coração, sempre jogou muito contra o Fluminense (neste jogo, além do goleiro Manga foi o único que se salvou no Bota) , tendo feito 7 gols pelo Botafogo, 5 pelo Flamengo e 1 pelo São Paulo contra o Fluminense, talvez para chamar a atenção de seu amado clube, onde encerraria a brilhante carreira.

Por falar em goleadas, o Fluminense goleou o Botafogo fazendo mais de 5 gols em 12 oportunidades, a última em 23 de Fevereiro de 2003 enquanto o contrário só aconteceu 4 vezes, a última em 1957.

Em 8 de Maio de 1966, o Clássico Vovô decidiu o Torneio Quadrangular Pará-Guanabara, em Belém, que contou ainda com as presenças de Remo e Payssandu , com vitória do Fluminense por 3 a 0, com dois gols de Walmir e um de Amoroso.

Amoroso, tio (irmão da mãe) do jogador que brilha com este mesmo nome no final do Século XX e início do Século XXI, é um grande personagem da história deste clássico centenário, pois marcou 4 gols pelo Botafogo contra o Fluminense e 7 gols pelo Fluminense contra o Botafogo, sendo que nas partidas que marcou gols, só uma vez o seu time saiu derrotado de campo, no dia 13 de Novembro de 1965, quando o Fluminense perdeu para o Bota por 3 a 1 pelo returrno do Campeonato Carioca.

Perguntado por este articulista em 23 de Outubro de 2006 qual era o seu clube do coração, Amoroso respondeu que torcia por 3 clubes : O Fluminense, o Botafogo e qualquer um que jogasse contra o Flamengo.........

O primeiro jogo por uma competição nacional (cabendo lembrar que o Rio-São Paulo é uma competição regional) foi pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa (em sua primeira edição organizado pelas federações carioca e paulista) em 15 de Abril de 1967, com o Fluminense vencendo por 4 a 3 (2 de Mário, Jardel e Roberto Pinto para o tricolor e 2 de Henos e Roberto para o alvi-negro) . Com a competição já organizada pela C.B.D. (atual C.B.F.) o Fluminense igualmente ganhou, agora por 2 a 1, com gols de Cláudio e Samarone para o Flu e Roberto para o Bota.

Já em 26 de Setembro de 1971, após o Campeonato Carioca, Fluminense e Botafogo empataram de 0 a 0 para um público de 36.068 pagantes pela nova versão do Campeonato Brasileiro, criada sob medida para atender aos interesses políticos do regime militar e de seu braço político, a ARENA, que pareciam ter como slogam "Aonde a ARENA vai mal, um time no Nacional".

Em 1971 o Botafogo chegou ao jogo final com a vantagem do empate, vantagem esta construída na vitória irregular sobre o Fluminense (única derrota do time tricolor neste campeonato) pelo 1º turno da fase final , que era disputada por 8 clubes no sistema de pontos corridos, no dia 18 de Abril , em pênalti irregular sobre Jairzinho, convertido em gol por Paulo César, perante um público de 99.991 pagantes. Não havia ninguém próximo à Jairzinho no momento da queda dele dentro da área, fato bem descrito pelo Jornal dos Sports do dia após o jogo, e neste dia os diversos colunistas deste jornal, que muitas vezes professavam opiniões diferentes, foram unânimes em apontar como absurdo o pênalti que poderia mudar a história do campeonato. Durante a semana, os botafoguenses, eufóricos, comemoram efusivamente a grande "esperteza" de seu jogador.

Antes do jogo decisivo do campeonato, em 27 de Junho, Paulo César posou com a faixa de campeão carioca para a revista PLACAR, o que colaborou ainda mais para acirrar os ânimos para a partida final, que reuniu o maior público da história do Clássico Vovô : 142.339 pagantes, fora os caronas de então.

Faltando dois minutos para o encerramento do jogo, bola cruzada na área do Botafogo, o goleiro Ubirajara pula com o lateral-esquerdo tricolor Marco Antônio, solta a bola e o ponta-esquerda Lula (cinco gols na história do Clássico Vovô) faz o gol. Falta no goleiro, reclamam até hoje os botafoguenses, "esquecidos" do jogo que lhes deu a vantagem do empate, assim como em 1907, quando mudaram de opinião com relação à definição do campeonato pelo saldo de gols, quando não podiam mais alcançar o Fluminense neste quesito.

No Terceiro Turno do Campeonato Carioca de 1973, o Fluminense, campeão do Segundo Turno, enfrentou o Botafogo no jogo decisivo do Grupo B deste turno, com o Fluminense vencendo por 1 a 0 com gol de Manfrini, sagrando-se campeão deste grupo , perante 26.050 pagantes. Com este resultado o Fluminense afastou o Botafogo da possiblidade de disputar o título e conquistou vantagem do empate para a final do campeonato contra o Flamengo, em que o Tricolor foi campeão ao ganhar por 4 a 2.

Na última rodada da Taça Guanabara de 1975, Fluminense e Botafogo precisavam ganhar para provocar uma partida decisiva contra o América, que havia ganhado do Flamengo por 1 a 0 no dia anterior. Com dez minutos de jogo, o Fluminense já vencia por 2 a 0 com gols de Rivelino e Manfrini e parecia que aplicaria uma goleada histórica no Botafogo, mas logo depois o Fluminense perderia Rivelino, contundido, o que desatirculou o time que passou a sofrer pressão botafoguense durante boa parte do jogo, com Fischer diminuido aos 13 minutos do segundo tempo. Félix fez a defesa mais sensacional que este articulista assistiu em campos de futebol, ao voar (literalmente) do meio do gol ao ângulo para encaixar uma bicicleta igualmente maravilhosa dada por Nilson Dias, centro-avante alvi-negro, da meia-lua da área, para encanto dos 109.705 espectadores que pagaram ingressos, que assistiram o Fluminense vencer por 2 a 1 e classificar-se para o jogo extra contra o América, em que o Fluminense seria campeão com gol de falta de Rivellino perante 96.032 torcedores pagantes. Rivellino, tido por muitos como o maior jogador da história do Fluminense, faria três gols em jogos contra o Bota, com atuações exuberantes nestes jogos, assim como em outros que não marcou, pois seu estilo era mais de armador de jogadas do que de homem de conclusão, apesar do chute forte que lhe rendeu o apelido de patada atômica. Já Manfrini este paulista de alma tricolor, marcaria quatro gols pelo Flu contra o Bota e dois gols pelo Bota contra o Flu.

Pelo Segundo Turno do Campeonato Carioca de 1975, o Botafogo jogou na última rodada contra o Fluminense, que já estava eliminado por antecipação, ganhando este clássico por 2 a 0 perante 55.978 espectadores, sagrando-se campeão e credenciando-se para disputar as finais deste campeonato.

No Triangular Final do Campeonato Carioca de 1975, o Fluminense chegou à partida decisiva com uma vantagem de poder perder a partida por até 3 gols e mesmo assim se sagrar campeão. Perdeu o jogo por 1 a 0, em chute despretensioso do jogador Ademir Vicente do Botafogo, tendo jogado apenas para administrar a vantagem, no jogo que começou a consagrar o time que ficou conhecido como a "Máquina Tricolor", pela qualidade técnica de seus jogadores, poucas vezes vista em um time de futebol. A quase totalidade dos 100.703 torcedores presentes eram tricolores, com os poucos botafoguenses que compareceram ao Maracanã, ficando apertados junto às grades à direita da Tribuna de Honra.

O Fluminense chegou ao Clássico Vovô pela última rodada do Terceiro Turno do Campeonato Carioca de 1976 precisando ganhar para disputar as finais do Campeonato Carioca, enquanto a motivação do Botafogo, campeão do Segundo Turno, era colaborar para eliminar o Fluminense da disputa pelo bicampeonato. Debaixo de uma grande tempestade o Fluminense goleou por 5 a 1, conquistando o Terceiro Turno e garantindo vaga nas finais, com show de Rivelino, que fez um gol e foi o grande maestro em campo, com jogadas sensacionais. Gil fez dois gols, Carlos Alberto e Doval um, enquanto Luisinho fez o gol de honra dos alvi-negros. "Búfalo" Gil fez 7 gols pelo Flu contra o Bota e 4 gols pelo Bota contra o Flu,sendo que nas partidas em que fez gol, só uma vez o seu time saiu derrotado de campo, na goleada do Fluminense de 4 a 1 sobre o Botafogo em 15 de Julho de 1979.

Pela fase final deste campeonato, Fluminense e Botafogo empataram em 0 a 0, perante 68.463 espectadores, com o Flu vindo a sagrar-se bicampeão posteriormente contra o Vasco.



No Campeonato Carioca de 1977, uma vitória para cada lado (Flu 2 a 1 e Bota 1 a 0, com cerca de 40.000 torcedores assistindo aos dois clássicos).

A torcida do Fluminense estava entusiasmada na segunda rodada do Campeonato Carioca de 1978, nem tanto pela vitória sobre a Portuguesa por 4 a 0 na primeira rodada, mas principalmente pela estréia de Nunes e Fumanchu, goleadores famosos contratados ao Santa Cruz de Recife, com a torcida tricolor já tendo lotado o Aeroporto Internacional do Galeão para recebê-los, inclusive este que vos escreve, bom e responsável aluno, mas que neste dia faltou ao Teste de Álgebra. No outro dia o professor rubro-negro falou em tom ameaçador: - "Eu te vi no Globo Esporte.....", mas tudo acabou bem, embora eu vivesse ganhando mistos-quentes nas apostas futebolísticas que eu fazia com ele, fiz a segunda chamada e passei de ano. Aos mais jovens: -Não façam estas maluquices, cumpram todas as suas obrigações exemplarmente e curtam os justos momentos de lazer de forma sadia, respeitando e auxiliando o próximo, seja este próximo quem for!

No dia 7 de Setembro, data comemorativa da Independência do Brasil, 75.903 espectadores pagaram ingressos e cerca de 70% do público eram tricolores (o normal na maioria dos grandes públicos entre estes rivais, até porque a torcida do Botafogo só começou a crescer na década de 1960, gradativamente ocupando espaço que era do América, conforme acredita este articulista) entusiasmados para vê-los. No final cada um dos goleadores marcou o seu gol, mas a vitória foi dos alvi-negros, por 3 a 2. No returno, Flu 1 a 0, gol de Fumanchu (quatro gols pelo Flu na história do Clássico Vovô).

Em 1979, destaques para a vitória tricolor por 4 a 1 em 15 de Julho e para a vitória alvi-negra por 4 a 0 em 21 de Outubro, esta última, perante 61.080 torcedores pagantes.

Em 1980, com um time quase todo formado por ex-juniores, o Fluminense voltou a ser campeão carioca exibindo um futebol alegre e ofensivo. No dia 31 de Agosto a meninada tricolor ganhou o Clássico Vovô por 4 a 0, com dois gols de Cláudio Adão (cinco gols pelo Flu e um pelo Bota na história do Clássico Vovô), um do meia Gilberto e um do ponta-esquerda Zezé, perante 34.953 torcedores pagantes. Curiosamente, apenas Gilberto (formado no Atlético-GO) e Cláudio Adão (formado no Santos) não foram formados no clube tricolor, a Primeira Grande Escola do Futebol Carioca e Brasileiro, pois não apenas revelou centenas de jogadores e técnicos de futebol, como foi no Fluminense que a Seleção Brasileira jogou os seus primeiros dezoito jogos, com treze vitórias e cinco empates, onde ela aprendeu a ser grande e a ser vista como grande pelo resto do mundo e onde ganhou seus dois primeiros títulos relevantes, os Campeonatos Sul-Americano de Seleções, atual Copa América, em 1919 e em 1922, com o Flu construindo um estádio para estas competições, já que o governo brasileiro não tinha dinheiro para isto. O estilo técnico e leal do jogo brasileiro foi forjado inicialmente dentro do Fluminense, onde a Seleção jogou entre 21 de Julho de 1914 e 6 de Setembro de 1931, utilizando a infra-estrutura tricolor e com seus jogadores sendo a base das primeiras seleções.

Na década de 80, o Fluminense seria ainda tricampeão carioca em 1983/1984/1985 e campeão brasileiro em 1984 e o Botafogo seria bicanpeão carioca em 1989/1990, após vinte e um anos sem títulos relevantes, quando o seu ponta-direita Maurício empurrou o lateral-esquerdo do Flamengo, Leonardo, para poder cabecear e fazer o gol do Botafogo, o que eles não contam em seus estranhos livros de história , mais parecidos com coletâneas de lendas, no pior sentido desta palavra.

O jogo mais interessante deste período de vitórias tricolores e de jejum botafoguense foi no dia 4 de Setembro de 1983, quando o Fluminense poderia ser campeão da Taça Guanabara se vencesse o Botafogo, o que fez 114.575 espectadores pagarem ingressos no Maracanã. O resultado final de 1 a 1 com gols de Washington (sete gols pelo Flu na história deste clássico) e Marco Antônio adiaram a festa tricolor, que foi campeão na última rodada contra o América, ao vencer por 2 a 0, perante 79.275 espectadores pagantes.

Em 1989 o Botafogo foi campeão sem vencer nenhum clássico antes da final e estando desde 1986 sem vencer o Fluminense, tendo empatado os dois jogos do Clássico Vovô por 2 a 2 e 0 a 0, completando nove jogos sem vitória sobre o tricolor.

Em 1990 o Botafogo seria bicampeão carioca, tendo ganhado o Fluminense por 2 a 0 e empatando por 0 a 0.



O Fluminense goleou o Botafogo por 7 a 1 em 29 de Abril de 1994, pelo Campeonato Carioca, com dois gols de Ézio e dois de Luís Antônio, Branco, Luís Henrique e Mário Tilico marcando para o Flu e Grizzo descontando para o Bota. O Super-Ézio fez sete gols na História do Clássico Vovô.

No ano de 1995, o Fluminense foi campeão carioca numa sensacional vitória por 3 a 2 contra o Flamengo e por pouco o Clássico Vovô não chegou a fazer a final do Campeonato Brasileiro, pois apesar de ganhar a primeira partida das semi-finais contra o Santos no Maracanã por 4 a 1, perdeu a segunda no Pacaembu por 5 a 2 . Se o critério de desempate fosse com os gols marcados fora de casa valendo o dobro como em geral acontece nos campeonatos conteporâneos, o resultado da classificação teria sido diferente, mas visto o comportamento do time tricolor em campo naquele dia, o resultado foi merecidíssimo. O Botafogo foi o campeão e o Santos vice.

Em 4 de Maio de 1997, Fluminense e Botafogo decidiram a Taça Rio. Com o empate em 0 a 0 o Botafogo foi o campeão perante 80.916 pessoas (72.643 pagantes), garantindo a classificação para a final do Campeonato Carioca em que seria campeão e embora o árbitro tenha ignorado dois pênaltis a favor do Flu, ninguém fez muito alarde disso não, pois querer parecer vítima não é o estilo tricolor.

Pelo Campeonato Carioca de 2003, o Fluminense ganhou o Botafogo por 5 a 0, com show de Romário, que fez três gols (ele fez 5 gols na história deste clássico), completando Alex Oliveira e Fábio Bala para o Tricolor.



O Clássico Vovô do dia 13 de Março de 2005 marcou o início da reação do time tricolor no Campeonato Carioca, pois não havia feito um bom primeiro turno. A goleada de 4 a 0 foi extremamente convincente pelo excelente futebol que o time apresentou neste dia e como acontecera em 12 de Maio de 1965, o goleiro do Bota, desta vez Jefferson, foi o melhor jogador do Botafogo, pois impediu uma goleada que poderia ser de mais de 10, tantas foram as oportunidades criadas pelo time tricolor. 48.639 torcedores pagaram ingressos e os gols tricolores foram de Fabiano Eller, Gabriel, Juninho e Alex, começando a embalar o time que viria a ser campeão carioca na final em que o Flu ganhou do Volta Redonda por 3 a 1 com 70.830 torcedores (63.762 pagantes) presentes.



No dia 12 de Março de 2006, Fluminense e Botafogo fizeram o primeiro jogo após o centenário do Clássico Vovô, empatando por 2 a 2 no Maracanã, com o importante fato tendo sido totamente ignorado pelos clubes e pela imprensa.

O primeiro Clássico Vovô por uma competição internacional oficial, a Copa Sul-Americana, foi disputado no dia 7 de Setembro de 2006 e terminou com o resultado de 1 a 1. No jogo da volta em 14 de Setembro novo empate por 1 a 1 levou a decisão da vaga para os pênaltis, com o Flu vencendo esta disputa por 4 a 2, classificando-se a disputar a fase internacional desta competição contra o clube argentino Gimnasia y Esgrima La Plata.

Nos últimos 12 clássicos contra o Botafogo anteriores ao de 5 de Novembro de 2006, o Fluminense ganhou 4, empatou 7 e perdeu 1, em Outubro de 2004 .



Assim como por pouco aconteceu no Campeonato Brasileiro de 1995, Fluminense e Botafogo quase se confrontaram na final da Copa do Brasil de 2007, quando o Fluminense sagrou-se campeão e o Botafogo terminou desclassificado nas semifinais, pelo Figueirense.

O Clássico Vovô inaugurou o Estádio João Havelange, o Engenhão, no dia 30 de Junho de 2007, pelo primeiro turno do Campeonato Brasileiro deste ano, com a vitória do Botafogo por 2 a 1, com dois gols de Dodô para os alvi-negros, marcando o tricolor Alex Dias o primeiro gol deste estádio perante 43.810 torcedores presentes (40.000 pagantes) e algumas centenas que ficaram nas imediações do estádio tentando ingressos de última hora, estranhamente, pois os ingressos para esta partida esgotaram-se em poucas horas, dias antes do grande clássico.O mando de campo foi do Fluminense (o Botafogo ainda não havia ganho a estranha licitação em que foi candidato único ao arrendamento do estádio, pertencente à Prefeitura do Rio de Janeiro) e a expulsão do tricolor Cícero aos 29 do 2 tempo foi determinante para a vitória alvinegra, pois logo depois, quando ainda tinha vantagem numérica, o Botafog fez o gol da vitória. Assim como aconteceu na inauguração do Maracanã quando o tricolor Didi fez o primeiro gol, outro tricolor marca o primeiro gol da história de um grande estádio carioca. De diferente, a derrota tricolor, pois no Maracanã o Fluminense venceu todos os primeiros clássicos, exceto o disputado contra o América.



No returno do Campeonato Brasileiro de 2007, o Fluminense venceu com autoridade por 2 a 0, perante 34.106 torcedores presentes (26.040 pagantes), com cerca de 75% de torcedores tricolores, resultado que não refletiu a imensa superioridade tricolor neste clássico.

No Campeonato Carioca de 2008 ocorreu mais uma partida histórica entre as duas equipes, pela semifinal da Taça Guanabara, com vitória do Botafogo por 2 a 0, classificando-se para a final deste turno da competição, perante 55.245 espectadores (51.657 pagantes), de quebra, interrompendo uma invencibilidade de 11 jogos do Flu no Maracanã.



No mesmo Campeonato Carioca de 2008, na Taça Rio o Botafogo novamente venceu o tricolor por 3 à 1.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ídolos da História Tricolor: Escurinho


Benedito Custódio Ferreira, conhecido como Escurinho, nascido em Nova Lima-MG no dia 3 de julho de 1930 escreveu seu nome na história tricolor.

Escurinho começou a sua carreira no Villa Nova Atlético Clube de sua cidade natal, onde jogou de 1949 a 1954, tendo sido o grande condutor do Villa na conquista do Campeonato Mineiro de 1951 . Em 1954 se transferiu para o Fluminense Football Club onde jogou até 1964, em 1965 se transferindo para o Atlético Júnior, da Colômbia, onde encerrou a sua carreira, neste ano.

Ponta-esquerda driblador, pelo Tricolor das Laranjeiras, clube que defendeu por 10 anos, Escurinho fez 490 jogos e marcou 111 gols, estando entre os dez maiores artilheiros da história do clube e sendo o quarto jogador que mais vestiu a camisa tricolor.

Este é o Fluminense vice-campeão carioca de 1957. Em pé estão Vitor Gonzales, Pinheiro, Altair, Jair Santana, Roberto e Castilho; ajoelhados estão Paulinho, Ivan, Jair Francisco, Cacá e Robson; sentados estão Clóvis, Valdo, Telê Santana, Léo e Escurinho


Nelson Rodrigues definia Escurinho da seguinte forma: "Escurinho não foi um jogador de duas ou três jogadas. Absolutamente. De fio a pavio das batalhas, ele brilhava como uma Sarah Bernhardt em primeira audição."

Até o ano de 2006 ainda trabalhava como motorista de táxi no Rio de Janeiro.

Escurinho foi duas vezes campeão carioca pelo Fluminense (1959 e 1964) e também duas vezes Campeão pelo Fluminense do Torneio Rio-São Paulo (1957 e 1960).

O polivalente Cícero


O Fluminense entrou em campo hoje com a necessidade somente de confirmar sua ótima campanha na Libertadores com uma vitória em cima do time reserva da LDU. Missão cumprida.

Mesmo sem um atacante de ofício e com o polivalente Cícero fazendo o papel hoje de atacante solitário do time, desde o início o Flu demonstrou sua superioridade e criou as melhores chances do jogo. Tanto que foi assim que logo conseguiu o gol (único da partida) com uma cabeçada de Cícero.

Resumindo o primeiro tempo: O Flu cansou de perder gols, na sua grande maioria nos pés ou com a participação de Cícero.

Cícero que chamo de polivalente porque já jogou de volante, ala, meia de criação e atacante desde que chegou no Flu ano passado. Muitas vezes perseguido pela torcida no ano passado, este ano parece que deu a volta por cima e com gols em campo conseguiu superar o descontentamento do ano passado e cativar a torcida tricolor.

O torcedor tem que dar valor a um jogador que se entrega em campo de tal forma e que mesmo jogando hora em uma posição, hora em outra, vem vestindo a camisa tricolor com orgulho.



No segundo tempo Cícero continuou jogando bem até o momento em que o time assumiu uma postura mais defensiva, com as trocas do Renato que encheu o time de volantes. Substituições que até se entende se for com o intuito de preservar os jogadores que saíram, mas que no geral poderiam ter sido evitadas até porque o jogo estava fácil para o Flu.

Destaques do jogo: Cícero e Conca.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ídolos da História Tricolor: Tim


Elba de Pádua Lima, mais conhecido como Tim, paulista de Ribeirão Preto, nasceu no distrito de Rifaina em fevereiro de 1916. Aos 12 anos jogava no infantil do Botafogo local e três anos depois já estava no time principal, desbancando o antigo ídolo, o meia-esquerda Piquitote. Em 1934 foi para a Portuguesa Santista por 500 mil réis mensais e, mesmo jogando num clube modesto, mostrou futebol suficiente para chegar à Seleção Paulista.

Era um grande driblador e sua jogada mais temida era quando partia com a bola dominada para cima de seu marcador. Seu característico corte seco para os dois lados deixava os adversários sem ação. Mesmo num pequeno espaço, sua colocação em campo o transformava num terrível abridor de defesas, seus passes desnorteavam os zagueiros e sua presença diante do gol fazia dele um goleador implacável. Era um craque completo.

Foi campeão brasileiro em 1935 e chegou à Seleção Brasileira no ano seguinte, consagrando-se no Sul-Americano de Buenos Aires como "El Peón" - apelido que ganhou da imprensa argentina por conduzir o time "como um peão conduz a manada".

Trata-se de mais um integrante do time tricampeão do Campeonato Carioca em 1936, 1937 e 1938 pelo Fluminense, entre outros títulos que veio a conquistar por este clube.

Tim disputou a Copa do Mundo de 1938 na França. Na Copa acabou na reserva, pois a ala esquerda preferida dos cartolas (botafoguenses, na sua maioria) era formada por Perácio e Patesko. Segundo Leônidas da Silva, na França, Tim vencia também a concentração, pulando a janela do hotel para farrear.

Fluminense de 1941: Em pé: Malazzo. Norival. Spinelli. Capuano. Renganeschi. Afonsinho e o técnico Ondino Vieira. Agachados: Pedro Amorim. Russo. Tim. Romeu e Carreiro.

Na volta, Tim viveu o apogeu de sua carreira, ganhando o bicampeonato de 1940 e 41 e sendo um dos heróis do famoso Fla-Flu decisivo de 1941, inesquecível devido às bolas que os atletas tricolores chutaram para a Lagoa Rodrigo de Freitas, para garantir o empate de 2 x 2 que lhes daria ao título.

Tim foi ainda ao Sul-Americano de 1942 e dois anos depois, já beirando os 30, deixou sua vaga na Seleção para Jair da Rosa Pinto. Jogou em 1944 no São Paulo e no ano seguinte novamente no Botafogo. Do Olaria carioca foi-se juntar a argentinos famosos, como Di Stefano, Pedernera, Baez e Rossi no Eldorado colombiano em 1950. Em 1951, iniciou sua vitoriosa carreira de treinador no Bangu (onde foi posteriormente campeão em 1966), tendo depois treinado o Flu (campeão de 1964), Vasco (campeão de 1970), Flamengo, Coritiba, Botafogo, San Lorenzo da Argentina, São José (SP) e Internacional de Limeira (SP). Como treinador, foi um dos maiores estrategistas do futebol brasileiro.

Já como treinador, em Moça Bonita, teve o feeling de ver que na cidade paulista de Bauru raiava o maior astro de bola do mundo: Pelé. E Tim quis levá-lo para o Bangu, porém a família do futuro Rei não deixou. Como técnico, Elba às vezes era irônico. Um dia, fazendo peneira de candidatos, veio a ele um rapaz dizendo, para agradá-lo: "Não bebo, não fumo nem farreio". E Tim respondeu: "Pois você aqui vai aprender a fazer tudo isso".

Embora não fosse de falar dos colegas, há uma frase de Tim que define com acidez o atleta que o técnico Zezé Moreira havia sido: "Zezé cabeceava com os pés". Outra vem do escritor Luiz Eduardo Lages: após ouvir alguém falar que no estádio havia alambrado e vestiários, El Peón inquiriu: "E grama, tem?". Quando teve a confirmação, ele coseu com alfinete: "É só o que precisamos para jogar, o resto não interessa". Para Zizinho, Elba de Pádua Lima foi, disparadamente, o melhor técnico que apareceu no Brasil.

Esse treinador ainda cativaria os atletas na mesa, pois cozinhava bem - habilidade exercida com a mesma arte com que jogou e soube ensinar futebol. A culinária foi aprimorada graças à sua proverbial timidez, que o fazia fugir dos fãs, deixando-o em casa a ver a mãe e as irmãs (uma delas atendia pelo suave nome de Coréia) preparar as iguarias. Seu segredo era o tempero. E quem provou do que fez diz que a almôndega ao molho atraía tanto quanto a dobradinha. Daí, houve quem dissesse que Elba fora melhor cozinheiro que craque e treinador - um exagero desmedido, é claro.

Segundo os jornalistas Marcos de Castro e João Máximo, "seu melhor prato, entretanto, continuou sendo por muito tempo o futebol, servido todos os domingos à torcida do Fluminense". Sim, ele foi notável com os pés. E "o futebol faz parte da história particular de cada brasileiro da nossa época", dizia o poeta e cronista Paulo Mendes Campos, que jamais renunciou ao direito e ao prazer de sonhar com esse esporte, "por fidelidade à infância e por fidelidade ao orgulho inexplicável de ser brasileiro". No caso específico do El Peón, a sua bola era tanta que outra sumidade, Romeu Pellicciari - ressentido com a semifinal contra a Itália em 1938 -, revelou: "Se Tim tivesse jogado, nós ganhávamos". Nas três situações, portanto, são palavras abalizadas de quem sabe das coisas - e como.

Em 1982, foi treinador da seleção do Peru na Copa do Mundo.

Elba de Pádua Lima morreu no Rio em 7 de julho de 1984. Os seus legados ao futebol são a finta, a visão de jogo e o passe preciso, além da estratégia. A viúva herdou as duas filhas. E a História esta certeza de Domingos da Guia: "Eu nunca vi Tim errar".

Pelo Fluminense, este meia-apoiador, fez 71 gols em 226 partidas.

Tim comparava o futebol a um cobertor: "O futebol é como um cobertor: se você cobre a cabeça, descobre os pés; se cobre os pés, descobre a cabeça."

Fonte: Site do Fluminense, Wikipedia, "Os Artistas do Futebol Brasileiro" de Antonio Falcão