terça-feira, 8 de abril de 2008

Ídolos da História Tricolor: Preguinho


João Coelho Netto, o Preguinho como ficou conhecido, nasceu no Rio de Janeiro, a 8 de Fevereiro de 1905. Foi um dos 14 filhos do famoso escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras Coelho Netto. Como jogador de futebol, jogou unicamente no Fluminense de 1925 à 1935 e de 1937 à 1938, clube ao qual se dedicou durante toda a sua vida, sendo inclusive o sócio de número 20 do Tricolor.

Preguinho foi um atleta completo. Praticou nove modalidades de esporte, entrando, como jogador de futebol, para a galeria dos grandes ídolos do Fluminense e do Brasil. Foi ele o autor do primeiro gol brasileiro em Copas do Mundo, no Uruguai, em 1930 - o gol de honra na derrota para a Iugoslávia por 2×1, além de ser também o primeiro capitão do time, no jogo contra a Bolívia, marcou dois gols na vitória por 4×0.

Preguinho e o Fluminense nasceram quase juntos no início do século XX: o clube surgiu apenas dois anos, seis meses e 17 dias antes de Preguinho, atleta que daria ao tricolor 387 medalhas - a maioria de ouro - e 55 títulos em nove modalidades: futebol, basquete, natação, pólo aquático, remo, saltos ornamentais, atletismo, voleibol e hóquei sobre patins.

Mas, o futebol começou a praticar por influência do irmão Emmanuel, o Mano, e sempre foi sua paixão: “Aquela bola de couro sempre me atraiu mais, me dava emoção maior”, dizia aos mais íntimos. Mas este prazer começou a diminuir com o aparecimento do profissionalismo em 1933. Preguinho, que sempre considerara o futebol um divertimento e jogava por paixão, jamais se profissionalizou e sofreu muito quando foi adotada a lei que só permitia aos amadores jogarem três vezes num time profissional. Recusou sempre receber dinheiro do clube, permanecendo como amador mesmo após a profissionalização do futebol.

Nos jogos que disputou sempre fez gols. Participou da campanha do tricampeonato de 1936, 37 e 38, e por cinco vezes foi artilheiro do Fluminense (em 1928 e 32, também do Campeonato Carioca, com 16 e 21 gols). Em 1929 marcou nove gols, fez 20 em 1930 e 10 em 1931. No total, foram 184 gols com a camisa tricolor. Um dos jogos inesquecíveis de Preguinho foi o Fla-Flu de 1928. O goleiro Amado o desafiou, na semana do clássico, com um telegrama: “Amanhã será canja. Não farás nenhum gol”. Preguinho retrucou: "Farei 2, no mínimo". Preguinho entrou em campo enraivecido e aos 2 minutos de partida fez o primeiro, de longa distância. O segundo foi de calcanhar, depois que a bola escorregou das mãos de Amado. O Flu venceu por 4 x 1 e Preguinho saiu de alma lavada. Mas o gol de sua vida, ele dizia sempre, foi marcado em 7 de dezembro de 1930, no dia em que o Botafogo se sagrou campeão da cidade. Preguinho recebeu a bola na sua intermediária e, ao ver o goleiro adversário adiantado, encobriu-o como Pelé tentou fazer na Copa de 1970 contra a Tchecoslováquia.



Preguinho foi campeão carioca de basquete em 1924, 25, 26, 27 e 31; de atletismo em 1925; e de voleibol em 1923. Em 1925, depois de nadar os 600 m e ajudar o Fluminense a ser tri estadual de natação, foi de táxi as Laranjeiras a tempo de jogar contra o São Cristóvão e ganhar o Torneio Início. Tais façanhas fizeram dele o mais festejado herói tricolor e, em 1952, recebeu o título de Grande Benemérito Atleta, título que mais o orgulhou até sua morte, em 1979. Um busto na sede do clube e o nome do ginásio são merecidas homenagens a esta grande figura que faz parte da história tricolor.

Morreu quase na miséria, em 1979, num pequeno e modesto apartamento nas Laranjeiras, no Rio de Janeiro.


Fontes: Museu Virtual do Futebol, Wikipedia, site do Fluminense

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