terça-feira, 8 de abril de 2008

Ídolos da História Tricolor: Welfare


Henry Welfare, nascido em Liverpool no dia 20 de agosto de 1888 está diretamente ligado a história tricolor.

Ele chegou ao Rio de Janeiro no dia 5 de agosto de 1913 para cumprir um contrato de professor secundário com o Ginásio Anglo-Brasileiro. Logo depois foi levado para o Fluminense. Treinou de centro avante no segundo time e agradou. Outro treino e, desta vez no primeiro time. Agradou mais ainda. Daí por diante foi uma verdadeira máquina de fazer gols. Somente no ano seguinte é que surgiu a noticia de que Henry Welfare jogara num time de profissionais da primeira divisão da Inglaterra. Mesmo jogando no time profissional do Liverpool, Welfare era amador. Defendeu o Fluminense até 1923 que o fez “Sócio Benemérito” em 1920, titulo honroso que lhe deu o direito de ser membro perpétuo do Conselho Deliberativo do clube tricolor.

Welfare modificou muito o nosso futebol. Os maiores capítulos do futebol carioca, no tempo do amadorismo, foram escritos com letras ciclópicas por esse extraordinário jogador. Estabeleceu um padrão próprio com seu jogo inteligente, impetuoso, objetivo e realizador. Suas duas características principais eram o “rush” e o chute violento com qualquer dos pés. Além disso,fazia alarde de um excelente drible baseado no jogo de corpo e no controle de bola. Foi o pioneiro na tabelinha. Ele dizia para os companheiros – “ me dá a bola e corre a frente para receber novamente”. Essa jogada foi aperfeiçoada pelos grandes jogadores.

O "Tanque inglês", conforme ficou conhecido posteriormente pelo seu físico privilegiado, pelos seus 1,90m de altura, além de ser forte e de ter um estilo rompedor, numa época onde a média de altura da pessoas era bem menor. Certa vez, Mário Filho escreveu que "com Welfare o Fluminense usava uma metralhadora, enquanto seus adversários lutavam de espada".

Morador do bairro da Gávea, se deslocava de bonde ou a pé por mais de uma hora para treinar e jogar no Fluminense, sendo por isto um grande símbolo da época do amadorismo, onde além de não receberem remuneração pelos seus serviços, os jogadores mostravam imensa paixão pelo esporte e pelos seus clubes, com Welfare sendo um dos jogadores que melhor representaram as primeiras décadas do Fluminense . Era raro o dia que nenhum admirador se oferecia para levar a sua maleta.

No Fluminense, teve uma extrordinária média de quase um gol por partida, já que marcou 163 gols em 166 jogos, sendo o jogador que mais gols fez em uma única partida pelo Tricolor, 6 contra o Bangu na goleada por 11 a 1 em 9 de Dezembro de 1917 , tendo conquistado o tricampeonato carioca em 1917, 1918 e 1919 , fazendo 49 gols nestes três campeonatos, sido artilheiro do Campeonato Carioca de 1915, jogado até 1924 e ainda por cima, tornado-se sócio-benemérito.

Welfare terminou a carreira após marcar o gol da vitória do Fluminense sobre o Botafogo no Torneio Início de 1924 , não jogando a última partida em que o Fluminense ganhou por 1 a 0 do Flamengo, sagrando-se campeão.

Em 2006, mais de oitenta anos após abandonar os gramados como jogador, Welfare ainda é o maior artilheiro do confronto entre Fluminense e Botafogo, o Clássico Vovô, com 17 gols, à frente de Waldo (Flu) e Heleno de Freitas (Bota), ambos com dezesseis. A Revista PLACAR em sua edição sobre OS GRANDES CLÁSSICOS, no artigo sobre Fluminense e Botafogo, esquece-se de registrar um jogo entre estes antigos rivais, amistoso em que o Fluminense venceu por 8 a 1 em 21 de Abril de 1914 (quando Welfare marcou quatro gols).

Welfare faleceu em Angra dos Reis no dia 1 de setembro de 1966.

Fonte: Wikipedia e Museu dos Esportes

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